sábado, 10 de março de 2018

Acid Tree - Uma abordagem musical recheada de mistérios

ACID TREE



Salve Galera do Rock!

Estou de volta aqui neste canal de divulgação de rock tão especial. E neste retorno escolhi um trabalho muito especial, de uma banda brasileira, a qual faz uma música misteriosa e enigmática, recheada de elementos filosóficos e introspectivos.

Estou falando do ACID TREE, power trio paulistano composto por Ed Marsen (vocal e guitarra), Ivo Fantini (baixo) e Giorgio Karatchuk (bateria).

Vou iniciar a minha abordagem tratando dos aspectos musicais do grupo, pois estamos falando de músicos que mostram muita habilidade técnica e competência; em todos os sentidos. Tanto na performance ao tocar, quanto nas composições (e neste quesito, mais uma vez os caras são muito bons) as canções são bastante impactantes; sons atmosféricos, densos, intrincados, com fortes mudanças de andamento (às vezes se tornado um som bem pesado).

No quesito letras, eles viajam nessa mesma linha, ou seja, temas bem introspectivos e enigmáticos, os quais sugerem viagens em ambientes mágicos e sombrios; eu diria que eles exploram muito bem o lirismo poético nas canções e isso, por certo, sensibiliza muito o ouvinte.

Bom meus caros leitores, pelo o que eu pude apurar, eles já estão juntos desde 2013 (mas há registros na internet de que já em 2012 alguns dos membros do grupo estavam atuando de alguma forma). De concreto, conversei com Ed Marsen e ele registra como certo o ano de 2013. Enfim, para mim pouco importa se foi 2012 ou 2013. O primordial mesmo é que desde esta época eles têm trabalhado duro e com muita paciência no sentido de desenvolver a sonoridade da banda de uma forma muito especial. E todo este árduo trabalho e perseverança começou a dar frutos mais consistentes no ano de 2016 e mais ainda em 2017.

Foi no ano passado que eles resolveram efetivamente lançar o primeiro trabalho de estúdio (o álbum ARKAN), uma compilação musical que conta com 6 excelentes canções.

E pelo o que eu li num dos tantos registros que constam da internet, eles já tinham gravado estas músicas anteriormente, mas somente resolveram partir para a "prensagem" do disco no ano passado, justamente depois de consolidarem bem o trabalho junto ao público.

E neste sentido, eles mostram um profissionalismo bastante grande e demonstram na prática que o sucesso é algo que não surge assim do dia para a  noite; tem que trabalhar muito; ter perseverança; planejamento; estudar bem cada passo a ser dado. Por tudo isso, mesmo sendo uma banda de músicos jovens, eu diria que o grupo demonstra extrema maturidade, em todos os sentidos, mas principalmente em termos musicais.

E o sucesso começou a se materializar através de veiculações das músicas da banda na Kiss FM, por intermédio do Walter Ricci (locutor da rádio), o qual tem inserido músicas do Acid Tree em sua brilhante programação musical. 

Mas 2017 tornou-se um ano mais do que especial para o Acid Tree não apenas pela aparição da banda no rádio. 

O ponto alto se deu com a participação do grupo na "REBIRTH OF SHADOWS TOUR" de Edu Falaschi, onde o Acid Tree abriu todos os shows desta turnê, a qual passou por diversas cidades do território brasileiro. 

A tour terminou em São Paulo, no dia 21 de janeiro de 2018, em show que rolou no Carioca Club e que teve a participação especial de Kai Hansen (Helloween e Gamma Ray, entre outros). Ou seja, imaginem a abertura de portas que uma turnê desta monta não representa para um grupo de jovens músicos que está nos primórdios se sua carreira... deve ter sido sensacional!

Com relação aos planos da banda, muito trabalho já está sendo feito, na medida em que eles estão trabalhando num novo disco. E tais planos são realmente bem ambiciosos, pois eles querem produzir este novo disco todo na Suécia.

A intenção é gravar o disco no Fascination Street Studio, que é de propriedade de Jens Brogen, um dos grandes produtores musicais da atualidade (pelo o que eu me lembro, foi esse cara que produziu vários discos do Opeth). No caso, o produtor com o qual eles querem trabalhar é o David Castilho.

Falando agora em termos de sonoridade e estilo, o som do Acid Tree vai muito na linha de bandas como Opeth e Porcupine Tree, onde a banda trabalha com canções extremamente melodiosas, mas que aliam viagem e peso com bastante intensidade. 


ÁLBUM ARKAN



Com relação ao álbum Arkan, como já mencionado, se trata de um trabalho que conta com seis canções muito bem elaboradas e performadas, as quais resumem tudo o que foi dito acima.

O disco começa com a canção que o nomeia, ou seja, Arkan. Música que tem em seu bojo uma mistura muito bem equilibrada em termos de peso e viagem melódica; a canção literalmente nos leva por caminhos fantásticos e enigmáticos. Em termos dos elementos sonoros, guitarra, baixo e bateria vão se intercalando e se misturando a todo momento, sempre com a voz clara, limpa e afinada de Ed Marsen indicando a trilha a ser seguida. Não dá para dizer que há a predominância de um dos instrumentos em detrimento de outros. Neste ponto, podemos dizer, mais uma vez, que há um equilíbrio muito interessante nesta música.

Same Face vem na sequência, e se desdobra musicalmente mais ou menos na mesma levada da canção anterior. Ou seja, continuamos a viagem fantástica que o grupo nos propõe.

A terceira etapa da viagem é tão alucinante e intrincada quanto as duas primeiras. Estou falando da música Righteous Violence, canção de melodia suave e com intensidade crescente. Esta me remeteu diretamente à música de uma banda da qual sou muito fã... Violeta de Outono, grupo musical capitaneado pelo músico paulistano Fábio Golfetti e que fez relativo sucesso a partir de meados dos anos 1980, fazendo um rock psicodélico bastante cativante. Se você não conhece a música do Violeta de Outono, vá atrás, pois trata-se de coisa fina.

Milestones, a quarta música, é uma pequena joia encrustada no meio do disco. Com apenas 1 minuto e 54 segundos de duração, a canção (toda instrumental) nos propicia momentos de serenidade e contemplação muito ímpares. Viagem curta, porém intensa.

Quinta faixa... a coisa fica séria... acordes tristonhos e lânguidos de guitarra, seguidos de batidas rápidas... o vocal num tom igualmente tristonho... tudo revelando segredos de uma vida que talvez esteja próxima do fim... será? 

Adrift é o nome da canção que me trouxe estas impressões. Mais para o final da música, o solo de guitarra acaba por realçar o ar triste intrínseco durante toda a melodia da canção, a qual, logo em seguida, termina de forma tão fortemente angustiante quanto seu início. 

Ao ler estas palavras, talvez o leitor tenha a impressão de que eu não gostei da música. Nada disso! Melodias e letras tristes não indicam que a música seja ruim, muito pelo contrário. Entretanto, não recomendo que a ouça se você estiver num momento ruim de seu dia.

Chegamos por fim ao trecho final e mais longo da nossa viagem musical, a canção Caged Sun. Esta, sem nenhuma sombra de dúvidas, é aquela que carrega as maiores influências dos suecos do Opeth. 

A canção tem exatos onze minutos e diversas inversões de andamento. As levadas são fortes, porém com peso moderado. Mas no geral, as melodias são bastante densas e igualmente intrincadas.

Algo importante a ser reparado por volta dos primeiros 55 segundos de execução da música são os acordes muito parecidos com o trecho inicial da canção "The Devil's Orchard", a qual figura no álbum "Heritage" (10º álbum de estúdio do Opeth). Talvez uma homenagem à banda.

Observação: depois que escrevi o parágrafo acima, troquei umas ideias com o Ed Marsen e ele me explicou que, na verdade, eles usam a mesma escala e não os acordes. De toda forma, este álbum teve muita influência do Opeth, registrou Ed.

Enfim, caríssimos amigos do rock, vou encerrando a resenha com a forte recomendação de audição da música do Acid Tree.

Eu, do meu lado, vou acompanhar o trabalho deles, sempre compartilhando com vocês as minhas impressões a respeito da evolução da banda.

Ah... quase que já ia me esquecendo... Recomendo que ouçam o podcast Drops Star Trips, edição de nº 29, o qual foi produzido por mim e divulgado no meu portal Star Trips.

Neste podcast, além de falar um pouco sobre o Acid Tree, no final da locução eu coloco três faixas do disco para que os ouvintes conheçam o trabalho do grupo. Vale a pena conferir.


Forte abraço a todos e até a próxima.

Betão


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