quarta-feira, 30 de maio de 2012

Led Zeppelin - Physical Graffiti


Bem vindos, mentes sedentas por conhecimento!

Continuo a dissertar sobre a tríade do Rock, Led, Purple e Sabbath. Já falei em partes sobre esta banda em minha primeira resenha. Hoje analiso um dos melhores discos do Led.

Mais uma inglesa e contemporânea das já citadas anteriormente. Mas ela não é só “mais” uma, ela é a “uma”! Led Zeppelin, como seu próprio nome já diz, dirigível de chumbo, ou, trocando em miúdos, primeiro a gente bate e depois afaga. Lembro-me que meu primeiro contato genuíno com esta banda ocorreu novamente entre 1996 e 1997, quando comprei a coletânea dupla chamada Remasters, no já finado Mapping, (alguém ainda se lembra dele?) pela bagatela de R$17,00, ultimamente não sai por menos de R$70,00. Este cd me mostrou o que era Led e através dele comecei a buscar as fontes que o compunham. Eis que descubro Physical Graffiti, para mim a magnum opus do Led. Sigamos!



Vamos ao disco 1:

Eis que começa a sonzeira desgarrada! Um riff em progresso e arrastado inicia Custard Pie. Em seguida, um teclado quase que desleixado de John Paul Jones acompanha a guitarra de Sir Jimmy Page. A voz mais rasgada, aqui, de Robert Plant, entra depois, juntamente com a bateria inconfundível de John Bonham. Está formada uma música cheia de ritmo e personalidade, bem amarrada, que parece não ter nenhum instrumento em destaque, se sobressaindo.

The Rover parece possuir o mesmo clima da anterior, no entanto, me parece mais crua, mais seca, com viradas de melodia bem interessantes em alguns momentos da música. É puro rock and roll, sem firulas.

Agora é a hora do deleite. Você gosta de guitarra? Você gosta de bateria? Escute esta música, In My Time Of Dying. Começa lenta, lembra um pacto com o diabo em uma encruzilhada no meio do Alabama. Parece que dá até para sentir o gosto do pó da estrada na boca, depois de assinar o contrato com o belzebu. A guitarra slide de Jimmy Page, te entorpece, o solo então, é de deixar qualquer um de boca aberta. E o que falar de Bonzo (apelidinho carinhoso do infernal John Bonham)? Acredito que ele usou martelos ao invés de baquetas para tocar esta música! Meu Deus! Nos últimos segundos da música, Robert Plant parece pedir mais, mais e mais.



Houses Of The Holy, que dá nome ao disco precedente, é um ótimo presente aos ouvidos também. Aqui parabenizo John Paul Jones, pois aos ouvidos mais incautos, quase não é percebido, no entanto, sua linha de baixo complementa o riff de guitarra que toca praticamente a música inteira, dando gás extra. Outro pedaço de bom rock and roll. Sem firulas e sem enrolação.

Opa! O teclado desleixado de John Paul Jones esta de volta. Trampled Under Foot lembra em partes a faixa supracitada, pois contém um riff que permeia a música inteira, mas a quantidade de novos elementos é incontável. Solos jogados ao vento, rápidos, curtos, porém geniais. Um teclado blues que faz inserções pontuais e se retira. As viradas são de outro mundo, a banda toda parece uma unidade, não há distinções, nem segregações.

Kashmir chega bela, misteriosa e indecifrável. Aos leitores assíduos do blog, já sabem a minha opinião sobre ela. Por isso não tecerei comentários sobre a versão deste álbum. Por favor, leiam a resenha falando do cd de Jimmy Page e Robert Plant, No Quarter. Pode acessá-la clicando aqui.

Fim do disco 1. Vamos ao round 2.

Permeado pelo clima semi-árido e desértico de Kashmir, começa o segundo cd de Physical Graffiti, com In The Light. O Teclado de John Paul Jones está para lá da Europa Oriental, exalando veneno peçonhento. Ai entra Robert Plant, com sua voz dobrada, parece que cantada dentro de uma nave espacial. A loucura acaba por um instante e começa outro, dos milhares de riffs de Page. O teclado desleixado volta e a música começa a ter tons de seriedade. Nos dois minutos finais as notas são as mesmas, progredindo entre si, dando a liberdade para Sir Jimmy Page e Robert Plant brincarem com o tema da música.

Bron-Yr-Aur é só de passagem, folk e simples. Lembra em muito as peças de violão criadas por Tony Iommi. Estaria esse tipo de som no inconsciente coletivo da época? Plágio? Sei lá, só sei que é maravilhosa.

Down By The Seaside é country, lembrando até as músicas de Willie Nelson, no entanto, tem personalidade e mostra a maturidade musical da banda, que a época, estava na metade da carreira. Até aqui, todas as músicas tiveram inserções de teclado pontuais, esta não é uma exceção, mostrando uma sensibilidade de John Paul Jones em colaborar ativamente com a banda, não sendo só mais um no quadro de “funcionários”. A faixa prova como o Led Zeppelin era mestre em fazer viradas antagônicas ao estilo que se estava sendo tocado. É por isto que não faltam bandas por ai influenciadas por ela.

Agora o momento mais bonito do álbum Ten Years Gone. Todas, repito, TODAS as linhas de guitarra executadas por Jimmy Page são maravilhosas, principalmente na parte final da música, em que a cadência e a repetição do riff, aliados ao improviso de voz de Robert Plant, elevam nossas mentes ao Nirvana, ao Valhala, ou ao que comumente chamamos de “céu”.  

Night Flight estranhamente parece ter sido trocada na maternidade. Não sei por que, mas sempre que a escuto, acho que ela não é puramente do Led. Pode ser talvez pelo blues padrão no entremeio da música ou pela entrada andrógena. Não morro de amor por esta faixa, porém tem seu contexto em todo álbum. Aprende desde já, nunca pule uma faixa que você não gosta tanto de um álbum genial!

Ufa! Voltamos ao Led. The Wanton Song traz a porrada de novo. Este é o tipo de música que geralmente fecha shows, pois traz a energia de cada um de volta de novo e possui uma coleção de riffs marcantes.

O Led Zeppelin, sempre foi especialista em blues. Aqui eles trazem uma das vertentes “modernas” deste estilo, o boogie. Boogie With Stu nos brinda com um pouco de brilhantina à moda lusitana, devido ao bandolim de John Paul Jones, que nos lembra os da “terrinha”. Black Country Woman traz um blues completamente regado a esta influência supracitada, a única diferença é que John Bonham está munido de seus martelos novamente. Duas canções arrasadoras, que praticamente se completam.

Chegamos à última do álbum, Sick Again. É meio que vagabunda, parece ter sido feita na calçada da Cohab da foto de capa do disco. É mais um blues arrastado, só que lento, no entanto, muito pesado. Nesta, a técnica slide de Jimmy Page come solto, e é com ele e com Robert Plant que o cd termina.

Queridos amigos, por hoje é só. Muitas atividades rolaram esta semana, por isto, o post está saindo um pouco tarde.

Grande Abraço.

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