quinta-feira, 31 de maio de 2012

Soundgarden - Superunknown


Bem vindos, mentes procrastinadoras!

Como é de conhecimento de vocês até o momento, várias são as influências sonoras que moldaram todo o meu gosto musical. Em determinada época de minha vida, principalmente quando treinava fervorosamente guitarra, minhas preferências sonoras eram demasiadamente xiitas, em certa parte, pela influência causada por meu professor de guitarra, que só apreciava artistas mais antigos. Sendo assim, só gostava de ouvir  Deep Purple, Led Zeppelin, Black Sabbath, Jimi Hendrix, Stevie Ray Vaughan e os derivados do Rock Progressivo, em que breve farei alguns especiais.



Foi nesta época que meu tio e tutor musical me apresentou Soundgarden.  Lembro-me até hoje de achar o som fantástico, muito parecido com Black Sabbath, tanto, que um dia andando em seu carro, sintonizamos a finada 89 a rádio rock, então ele me perguntou se conhecia quem estava tocando. Eu respondi, meio titubeante, se não era Soundgarden. Em seguida ele me respondeu que a sonoridade era parecida, mas que na verdade se trava do Black Sabbath. Hoje falo do primeiro disco que ouvi da banda que mudou completamente meu paradigma de rock e abriu meus horizontes completamente, mostrando que rock de primeira foi feito nos anos 90.



Este não é o álbum mais famoso deles e provavelmente muitos não achem o melhor, eu, em contra partida, acho do caraleo, com perdão do verbete. E já começa assim, na porrada, sentando a lenha, com um riff de guitarra arrasa quarteirão e a bateria falando alto. Let Me Drown é o nome dela. O andamento é extremamente ensandecido, parecendo Heavy Metal até. Não é a toa que são, em minha opinião, a melhor banda de Grunge que já existiu. Sobre Chris Cornell, não precisamos falar nada.  

My Wave diminui um pouco os hematomas deixados por Let Me Drown e deixa o disco um pouco mais pop, mas isto não quer dizer que ela é ruim. As guitarras dobradas de Kim Thayil no riff principal e a ótima interpretação de Cornell são o ápice da canção. No final, a vocalização e as harmonias relembram em muito a sonoridade do Led, já que há no ar certo clima arábico.

Fell On Black Days é mais grunge e mais depressiva, como o próprio título sugere. Ela é mais compassada, sem muitas variações, mas muito profunda. A letra fala em partes do que é a depressão e do que é se achar errado. Por tanto, o casamento entre melodia e letra são perfeitos.

Chegamos a um momento “sabático”. Duvido ouvir Mailman e não se lembrar dos ingleses de Birmingham! Em alguns momentos da faixa escuta-se um teclado obscuro, que lembra em muito o utilizado no disco Vol. 4 do Sabbath.O riff é cartesiano, extremamente grave e sem muitas variações, juntamente com a interpretação do restante da banda, salvo Chris Cornell que executa algumas variações vocais.  Sua alma ficará meio apagada depois de ouvi-la.

Aqui um momento blues meio sujo. Superunknown é virtuosa e magistral. Possui uma variedade de elementos muito interessantes, como o clima arábico novamente, tanto nos riff’s de guitarra, quanto na voz de Cornell, que está soberba e inacreditável. O jeito blues dela é indescritível, as linhas finais de Kim Thayil, lembram em partes The Lemon Song do Led Zeppelin. Um dos momentos altos do disco.

Head Down talvez seja a minha preferida. A guitarra de começo, tocada meio desafinada, parecendo um banjo e destilando a “blue note” do blues é de arrepiar. Outro destaque do riff desta música são as duas guitarras tocando juntas, com melodias em antítese, no entanto, se completando perfeitamente. Os efeitos de bateria são algo de extraordinário. A melodia desta faixa é tão bonita e bem feita, que quase não notamos Chris Cornell, se for possível não notá-lo de algum jeito.

Outra em destaque, o hino de uma geração, Black Hole Sun. A letra é psicodélica, quer dizer tudo, mas não diz nada. Acho que o ponto alto desta música é o refrão, pois é quase impossível não balançar a cabeça e não cantar junto. A melodia em si, é simples e sem complicações, mas é de tirar o fôlego.

Spoonman é rock and roll de primeira, divertido e entusiasta. A letra fala sobre um artista de rua que faz som com colheres. O riff empolga e é extremamente bem executado, perfeito para balançar a cabeça. Outra vez Cornell está fora de série, palmas para ele!

Eis que chega outro momento taciturno e melancólico deste álbum, Limo Wreck e The Day I Tried To Live. Duas canções amarguradas, querendo morte e agonia. A primeira fala da derrocada da humanidade, da destruição causada pelo “vil metal” e de Armageddon. A melodia acompanha em muito a letra, sendo calcada por linhas pesadas de guitarra e muita gritaria de Cornell, um chute bem dado no baço, podemos assim dizer. A segunda faixa começa em estado letárgico, parece até que será sonolenta, no entanto é bem dinâmica e possui momentos variados. A letra parece encaixada no contexto de todo o álbum até agora, melancólica, autocrítica, cinzenta e amargurada, talvez diga muito sobre os habitantes da depressiva Seattle, berço de artistas incríveis. Acredito que a música foi a forma de arte encontrada lá para exorcizar os demônios que existem dentro de seus residentes. Acho que estas duas canções demonstram muito isto que vos digo.

Agora é o momento mais Ramones do disco. Kickstand é punk rock, curta e nervosa, no entanto é soundgarden, não se limita aos usuais três acordes. Tem muita instrumentalização em um espaço curto de tempo. Uma joelhada no pâncreas.

As duas faixas que se seguem são de impressionar. Mostram o porquê podemos dizer que Soundgarden é a evolução de Black Sabbath. Fresh Tendrils  e 4th Of July são pesadas e mortíferas. A primeira tem um riff de guitarra e baixo extremamente marcante, tanto no começo, como no meio dela. Possui também um piano cheio de efeito, que lembra as linhas de John Paul Jones. A segunda faixa fala do obscuro, vai ao intestino grosso e joga toda a merda  para fora, típica faixa “sabática”. Destaque também para Chris Cornell, que grava sua voz em dois canais, em um está mais grave, no outro está aguda, como se fosse uma conversa com sua consciência.

Esta seria o orgulho dos ingleses do Led, totalmente arábica e indecifrável. Half é impronunciável, mística e ritualística. Chris Cornell fala coisas ininteligíveis. A música por si só é ininteligível.

Like Suicide embarca no clima da última e dá voz novamente à Cornell. O clima fica desértico, você sente o gosto de areia na boca e a falta de água te faz pensar em suicídio. Esta música me faz ter um turbilhão de sentimentos, sinto tristeza, agonia, uma felicidade torpe, um descontentamento, repulsa etc. Não há nem o que falar sobre a melodia, ela foi feita somente para ser sentida! Todos os instrumentos estão sendo tocados molemente, parece que a vontade de se suicidar toma os integrantes de verdade. É de arrepiar! Coloco também como uma de minhas preferidas do álbum.

Grande abraço e até o próximo.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Led Zeppelin - Physical Graffiti


Bem vindos, mentes sedentas por conhecimento!

Continuo a dissertar sobre a tríade do Rock, Led, Purple e Sabbath. Já falei em partes sobre esta banda em minha primeira resenha. Hoje analiso um dos melhores discos do Led.

Mais uma inglesa e contemporânea das já citadas anteriormente. Mas ela não é só “mais” uma, ela é a “uma”! Led Zeppelin, como seu próprio nome já diz, dirigível de chumbo, ou, trocando em miúdos, primeiro a gente bate e depois afaga. Lembro-me que meu primeiro contato genuíno com esta banda ocorreu novamente entre 1996 e 1997, quando comprei a coletânea dupla chamada Remasters, no já finado Mapping, (alguém ainda se lembra dele?) pela bagatela de R$17,00, ultimamente não sai por menos de R$70,00. Este cd me mostrou o que era Led e através dele comecei a buscar as fontes que o compunham. Eis que descubro Physical Graffiti, para mim a magnum opus do Led. Sigamos!



Vamos ao disco 1:

Eis que começa a sonzeira desgarrada! Um riff em progresso e arrastado inicia Custard Pie. Em seguida, um teclado quase que desleixado de John Paul Jones acompanha a guitarra de Sir Jimmy Page. A voz mais rasgada, aqui, de Robert Plant, entra depois, juntamente com a bateria inconfundível de John Bonham. Está formada uma música cheia de ritmo e personalidade, bem amarrada, que parece não ter nenhum instrumento em destaque, se sobressaindo.

The Rover parece possuir o mesmo clima da anterior, no entanto, me parece mais crua, mais seca, com viradas de melodia bem interessantes em alguns momentos da música. É puro rock and roll, sem firulas.

Agora é a hora do deleite. Você gosta de guitarra? Você gosta de bateria? Escute esta música, In My Time Of Dying. Começa lenta, lembra um pacto com o diabo em uma encruzilhada no meio do Alabama. Parece que dá até para sentir o gosto do pó da estrada na boca, depois de assinar o contrato com o belzebu. A guitarra slide de Jimmy Page, te entorpece, o solo então, é de deixar qualquer um de boca aberta. E o que falar de Bonzo (apelidinho carinhoso do infernal John Bonham)? Acredito que ele usou martelos ao invés de baquetas para tocar esta música! Meu Deus! Nos últimos segundos da música, Robert Plant parece pedir mais, mais e mais.



Houses Of The Holy, que dá nome ao disco precedente, é um ótimo presente aos ouvidos também. Aqui parabenizo John Paul Jones, pois aos ouvidos mais incautos, quase não é percebido, no entanto, sua linha de baixo complementa o riff de guitarra que toca praticamente a música inteira, dando gás extra. Outro pedaço de bom rock and roll. Sem firulas e sem enrolação.

Opa! O teclado desleixado de John Paul Jones esta de volta. Trampled Under Foot lembra em partes a faixa supracitada, pois contém um riff que permeia a música inteira, mas a quantidade de novos elementos é incontável. Solos jogados ao vento, rápidos, curtos, porém geniais. Um teclado blues que faz inserções pontuais e se retira. As viradas são de outro mundo, a banda toda parece uma unidade, não há distinções, nem segregações.

Kashmir chega bela, misteriosa e indecifrável. Aos leitores assíduos do blog, já sabem a minha opinião sobre ela. Por isso não tecerei comentários sobre a versão deste álbum. Por favor, leiam a resenha falando do cd de Jimmy Page e Robert Plant, No Quarter. Pode acessá-la clicando aqui.

Fim do disco 1. Vamos ao round 2.

Permeado pelo clima semi-árido e desértico de Kashmir, começa o segundo cd de Physical Graffiti, com In The Light. O Teclado de John Paul Jones está para lá da Europa Oriental, exalando veneno peçonhento. Ai entra Robert Plant, com sua voz dobrada, parece que cantada dentro de uma nave espacial. A loucura acaba por um instante e começa outro, dos milhares de riffs de Page. O teclado desleixado volta e a música começa a ter tons de seriedade. Nos dois minutos finais as notas são as mesmas, progredindo entre si, dando a liberdade para Sir Jimmy Page e Robert Plant brincarem com o tema da música.

Bron-Yr-Aur é só de passagem, folk e simples. Lembra em muito as peças de violão criadas por Tony Iommi. Estaria esse tipo de som no inconsciente coletivo da época? Plágio? Sei lá, só sei que é maravilhosa.

Down By The Seaside é country, lembrando até as músicas de Willie Nelson, no entanto, tem personalidade e mostra a maturidade musical da banda, que a época, estava na metade da carreira. Até aqui, todas as músicas tiveram inserções de teclado pontuais, esta não é uma exceção, mostrando uma sensibilidade de John Paul Jones em colaborar ativamente com a banda, não sendo só mais um no quadro de “funcionários”. A faixa prova como o Led Zeppelin era mestre em fazer viradas antagônicas ao estilo que se estava sendo tocado. É por isto que não faltam bandas por ai influenciadas por ela.

Agora o momento mais bonito do álbum Ten Years Gone. Todas, repito, TODAS as linhas de guitarra executadas por Jimmy Page são maravilhosas, principalmente na parte final da música, em que a cadência e a repetição do riff, aliados ao improviso de voz de Robert Plant, elevam nossas mentes ao Nirvana, ao Valhala, ou ao que comumente chamamos de “céu”.  

Night Flight estranhamente parece ter sido trocada na maternidade. Não sei por que, mas sempre que a escuto, acho que ela não é puramente do Led. Pode ser talvez pelo blues padrão no entremeio da música ou pela entrada andrógena. Não morro de amor por esta faixa, porém tem seu contexto em todo álbum. Aprende desde já, nunca pule uma faixa que você não gosta tanto de um álbum genial!

Ufa! Voltamos ao Led. The Wanton Song traz a porrada de novo. Este é o tipo de música que geralmente fecha shows, pois traz a energia de cada um de volta de novo e possui uma coleção de riffs marcantes.

O Led Zeppelin, sempre foi especialista em blues. Aqui eles trazem uma das vertentes “modernas” deste estilo, o boogie. Boogie With Stu nos brinda com um pouco de brilhantina à moda lusitana, devido ao bandolim de John Paul Jones, que nos lembra os da “terrinha”. Black Country Woman traz um blues completamente regado a esta influência supracitada, a única diferença é que John Bonham está munido de seus martelos novamente. Duas canções arrasadoras, que praticamente se completam.

Chegamos à última do álbum, Sick Again. É meio que vagabunda, parece ter sido feita na calçada da Cohab da foto de capa do disco. É mais um blues arrastado, só que lento, no entanto, muito pesado. Nesta, a técnica slide de Jimmy Page come solto, e é com ele e com Robert Plant que o cd termina.

Queridos amigos, por hoje é só. Muitas atividades rolaram esta semana, por isto, o post está saindo um pouco tarde.

Grande Abraço.

sábado, 26 de maio de 2012

Black Sabbath - Master of Reality


Bem vindos.........

Continuo a dissertar sobre a tríade do Rock, Led, Purple e Sabbath. Vocês já devem saber qual foi o escolhido de hoje.

Black Sabbath foi uma das bandas que expurgou todo o lixo que havia na mente dos jovens industriais da Inglaterra no fim dos anos 60. Existe uma lenda da época, que a temática das músicas do Sabbath, se deve a uma percepção de Tony Iommi quanto ao gosto das pessoas por filmes de terror. Sinceramente acho que isto é uma falácia. Seria leviano diminuir desta maneira, o forte impulso criativo dos quatro jovens de Birmingham. Todos os discos deles, feitos no período de 70 a 80, abordam temáticas relevantes à época, como a bomba atômica, guerras, drogas, morte, depressão etc. Master of Reality é uma dessas obras primas, um dos meus discos preferidos.



(Tossida). É assim que começa Sweet Leaf. Tony Iommi destila o primeiro riff matador deste maravilhoso álbum. Logo ouvimos os primeiros versos, do que é mais uma declaração de amor a ervinha do capeta, apelidada carinhosamente aqui de “erva-doce”.  No meio dela, notamos uma inserção musical que destoa, parece até outra música dentro da mesma, causa certa estranheza, no entanto, mostra competência dos músicos em executá-la.



After Forever começa em tom de mistério, com um teclado tocando apenas uma nota, dando um clima altamente magnético, que poderá ser verificado em toda a faixa. Eis que Mr. Tony Iommi, em minha opinião o maior riffman de todos os tempos, faz sua entrada um tanto quanto alegre. Ledo engano. A paulada começa agora. Esta música é mais uma que trata sobre a morte, no entanto, tem um que de crença e fé, mostrando um lado religioso da banda. Quanto à melodia, não há o que discutir, é Sabbath em uma de suas facetas.

Embryo e Children of The Grave. A primeira serve apenas de introdução a segunda. E que introdução, não me canso de elogiar Mr. Tony Iommi, o cara manja muito seu instrumento. Em seguida ouvimos guitarra, baixo e bateria tocando meio abafado, em mesmo ritmo e em um único tom, iniciando o segundo melhor riff deste maravilhoso trabalho. A bateria de Bill Ward é marcante e dá uma motivação extra à música, o som tosco dos tambores que parecem latões de lixo pode ser visto com certa ressalva, para mim é o tempero a mais desta faixa. A letra é mais uma demonstração da profundidade dos assuntos abordados pela banda, falando sobre guerra e quanto os jovens devem se voltar contra ela.  

Orchid é a música de uma série de canções similares de Tony Iommi, como Laguna Sunrise e Fluff. É intimista e solitária. Mostra todo o lado taciturno do guitarrista, no entanto, dispensa distorções.

Lord of This World simples e bem executada. Ozzy Osbourne usa um efeito meio metalizado em sua voz, destaque para ele, que tem o estilo vocálico que casa perfeitamente com as melodias da banda. Esta faixa lembra em muito todas as músicas que eram produzidas na época, puro setentismo. Outra vez o quarteto aborda uma temática quase religiosa, evocando a pureza da alma e salvação deste mundo pérfido.

Solitude a música mais interessante do álbum. Aqui a banda está irreconhecível. Ozzy não é Ozzy. Tony não é Tony. Um piano e um sino tocam quase que inaudíveis ao fundo. O baixo de Geezer, sem todo aquele efeito característico, marca o passo. Uma flauta, talvez influenciada pela época em que Tony tocou com o Jethro Tull, cadencia a música e dá certa sonolência. Tony toca de um jeito, que lembra as melodias dos Western Spaghetti de Sergio Leone. Aqui a temática é a depressão, a solidão e a tristeza causada por um amor que se foi, por tanto, o encontro entre melodia e letra é perfeito.

Depois de anos ouvindo Black Sabbath, descobri que minha música preferida é a que vem agora: Into The Void. O que dizer do riff? É pesado e lento ao mesmo tempo, provando que para se fazer uma boa música de metal não é necessário 1200 bpm. A cozinha sem firulas feita por Geezer e Bill Ward dá toda a sustentação necessária para Tony ir até as estrelas em sua guitarra. Um petardo, um foguete como pronuncia o primeiro verso da música: “Rocket engines burning fuel so fast” ou “Motores de foguetes queimam o combustível ligeiramente”. A letra é a síntese de toda a obra da banda, evocando o “tinhoso” e denunciando o vórtice de autodestruição que a humanidade se encontra. Tony sola soberbamente outra vez, empregando um tom demoníaco nas escalas pentatônicas usadas majoritariamente no blues e assim termina o álbum.

Bom, amigos, a que tudo indica, ainda teremos o privilégio de vê-los ao vivo, já que, anunciaram o retorno deles, no ano passado. Eu pude assistir à uma parte deste show, quando o Heaven and Hell esteve aqui em 2009. Se vierem ao Brasil, só vos digo uma coisa, NÃO PERCAM ESTE SHOW POR NADA NESTE MUNDO!

É isso ai! Encerro por aqui.

Grande abraço.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

BLACK SABBATH - SABBATH BLOODY SABBATH


Black Sabbath - Sabbath Bloody Sabbath - 1973





Salve Galera do Rock!

Começo a escrever esta postagem ao som de um dos álbuns de rock que moldaram o meu gosto musical. Não sei ao certo que idade tinha quando ouvi estas músicas pela primeira vez. Devia ter uns dez ou onze anos. E nesta época Eu não me ligava em estilos, apenas nos sons. A única coisa que importava era o que Eu sentia quando ouvia as músicas. E definitivamente, todas as músicas do álbum Sabbath Bloody Sabbath calavam forte em minha alma.

Desde moleque, Eu curtia muito este lance de música. Quando Eu não estava na rua, andando de carrinho de rolimã ou jogando bola, minha diversão era ligar a "vitrola" e passar algumas horas brincando de locutor de rádio. Meus irmãos tinham muitos discos. Eu sempre escolhia alguns e os tocava na minha rádio imaginária. Era uma delícia.

Nesta época eu ainda não tinha a consciência plena de que gostava de rock. Mas quando me lembro os discos que Eu escolhia para tocar, invariavelmente o set list esta composto por Uriah Heep, Creedence Clearwater Revival, Black Sabbath e outras boas bandas de rock.

Pois foi um dia, conversando com meu irmão Celso, falando sobre o recente lançamento do álbum The Wall do Pink Floyd (1979), que meu irmão me perguntou "Afinal, que tipo de música você gosta?"... Respondi "Não sei!"... E ele "Ora, você gosta de rock!"... Esta frase simples mudou tudo naquele momento. Na hora pensei "É verdade... Eu gosto de rock!". Decidi então iniciar uma nova coleção. Eu adorava colecionar coisas. Tinha coleção de marcas de cigarro, chaveiros, tampinhas de garrafa, selos, gibis de histórias de terror. Esta nova coleção, porém, pareceu-me muito mais séria.

Precisava então escolher por onde começar. Pensei então qual seria o primeiro disco que eu gostaria de ter. E não foi uma escolha difícil. Havia em casa um exemplar do Sabbath Bloody Sabbath. Ocorre que o mesmo estava em estado lastimável, arranhado e com a capa rasgada. E Eu adorava ouvir aquele disco. Como meu irmão já tinha lá seus 16 ou 17 anos e tinha acesso às lojas de discos, dei uma graninha que que eu tinha ajuntado e pedi a ele que me comprasse este disco. 

Passados alguns dias, lá estava Eu com o disco em minhas mãos. Ostento grande orgulho, pois esta joia me acompanha até os dias de hoje e, sempre que posso, ouço este disco com muito prazer. E foi assim que tudo começou.

Vou começar a resenha (que até então estava caminhando em direção a uma auto-biografia) deste quinto trabalho do Black Sabbath, falando da capa do disco. O fundo negro, com detalhes em amarelo e tons de um vermelho forte ou  até um pouco mais alaranjados, ostenta a imagem de um homem agonizante em seu leito de morte infernal, rodeado por seres diabólicos. Talvez aquela imagem represente o próprio inferno mental pelo qual a banda viria a passar logo mais.




A contra-capa, antagonicamente, mostra uma imagem celestial, onde o homem, outrora em puro sofrimento, agora vivencia a paz e o descanso eterno.

E este antagonismo está refletido nas oito faixas do disco. A começar pelo maravilhoso riff de Tony Iommy, seguido respectivamente por baixo e bateria (Butler e Ward) e pela voz aguda e rasgada de Ozzy Osbourne, vociferando versos que tratam das eternas dúvidas que os seres humanos insistem em não responder, ora por medo, ora por pura ignorância... Estou falando da música que dá nome ao álbum: Sabbath Bloody Sabbath.

A National Acrobat inicia-se em tom mais cadenciado, mais suave, escondendo por vezes aquela guitarra "stoner" que viria a marcar uma era e definir um estilo a ser seguido por muitos. A letra não menos filosófica e um tanto quanto recheada de ocultismo, provavelmente vinda da mente criativa de Geezer Butler, suscita novas dúvidas sobre as razões da vida e da morte.

Fluff é um caso a parte. Foge de tudo o que você possa pensar quando ouve o nome Black Sabbath. Ozzy não canta. Violões, piano e cravo. Passa paz ao mesmo tempo que está envolta por melancolia. E do mesmo jeito que começa, termina, sem nada explicar. Só se faz sentir.

Sabbra Cadabra. De volta ao som infernal. Mas só na melodia, pois a letra é de um romantismo adolescente  inconteste. Mais uma vez temos um antagonismo sonoro, aliando fortes riffs de guitarra com um piano repleto de groove. Excelente música.

Fim do lado A.

Killing Yourself To Live. A minha preferida. Música forte, marcada por solos de guitarra fenomenais e por uma letra muito significativa, principalmente quando pensamos sobre a origem daqueles quatro jovens loucos e aparentemente sem destino, vivendo numa cidade industrial da Inglaterra e que, se não tivessem trilhado o caminho da música, teriam se perdido na mediocridade.

Who Are You? é uma música marcada pelo uso do sintetizdor, por sua melodia enigmática e, mais uma vez, por uma letra calcada em temas que suscitam o ocultismo. Detalhe: quando era moleque tinha medo de escutá-la.

Looking For Today, que na minha opinião tem a melodia menos empolgante do disco, por outro lado tem uma letra bacana. Por esta razão merece ser ouvida atentamente.

Finalizando o disco, uma pérola musical. Spiral Architect. A segunda na minha ordem de preferência. Uma letra viajante e um arranjo musical fenomenal... Quase um rock progressivo.

Na minha opinião, Sabbath Bloody Sabbath é um trabalho que marca o ápice do Black Sabbath da era Ozzy Osbourne, pois neste álbum a banda se mostrou madura o suficiente para experimentar coisas novas e ousar. Trata-se de um trabalho musical mais elaborado, mais profundo. Pena que eles não conseguiram sustentar tudo isto por muito tempo.

Finalizando esta resenha, vale citar aqui a participação do então tecladista do Yes, Rick Wakeman, o qual estava gravando junto do Yes nos mesmos estúdios que o Black Sabbath. Conta Ozzy em sua auto-biografia, que os caras do Yes eram muito caretas e que o sujeito mais legal da banda era Rick Wakeman. Assim, ele acabou sendo convidado a comparecer nas gravações e a participar do álbum. Reza a lenda que ele teria usado o nome falso de Spock Wall para não ter problemas com sua gravadora. Mas isto não é verdade. Tenho o vinil até hoje, e o nome de Rick Wakeman aparece claramente nos créditos.

Tenho certeza de que este álbum é muito conhecido e apreciado por todos aqueles que curtem um bom rock e, mais, uma boa música. Mas se você por acaso ainda não teve o prazer de ouvi-lo, sugiro que o faça o mais breve possível. Vai por mim... Você não vai se arrepender.

Saudações rockeiras e até a próxima.

Betão Star Trips.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Deep Purple - Burn


Bem vindos, mentes ávidas por alguma coisa!

Tenho tentado montar um mosaico dos cd’s que mais influenciaram meu gosto musical, desde minha tenra pré-adolescência. Acredito que existam gostos variados ao que se refere o gênero Rock and Roll. Uns gostam mais de hard rock, outros mais de heavy metal e por ai se segue nesta vasta cartilha musical. Para mim, existem três bandas que são a pedra filosofal de tudo que eu entendo como Rock and Roll. Deep Purple, Led Zeppelin e Black Sabbath, não necessariamente nesta ordem, até por que todas são igualmente geniais. Hoje falo de uma delas.

Muitos atribuem a paternidade do heavy metal ao Black Sabbath, eu acho que cabe um exame de DNA. Poderia citar várias bandas que também são possíveis pais, no entanto, acho que o Deep Purple tem parte importante nesta história.

A primeira vez que ouvi o álbum Burn, só conhecia as músicas famosas do Purple, que são majoritariamente as da fase com Ian Gillan nos vocais. Foi quando ouvi pela primeira vez a música que dá nome ao disco. Agora me digam, existe coisa mais heavy metal que esta canção? Vamos ao álbum.



Burn dispensa apresentações. É a música que abre o álbum e que dá nome ao CD. O título sugestivo (ou “queime” na tradução para o português) já dá o tom do que a música nos traz. É fogo, muito fogo. O riff te deixa zonzo, gruda na cabeça e rivaliza de igual para igual com a música mais famosa do Purple, Smoke On The Water. Ok, a música começa explosiva, intempestiva, quase não te deixa respirar e depois? Vem a música clássica, você lembra de Beethoven, Bach e agregados. Esse talvez seja o maior trunfo do Deep Purple, o casamento perfeito do som pesado com música clássica. Ultimamente, muitas bandas utilizam-se deste recurso no heavy metal, mas para mim só o Purple é quem fazia da forma mais legal e divertida. E o que dizer da dupla, David Coverdale e Glenn Hughes? Arrisco-me a dizer que foi o melhor dueto de vozes do rock.



Might Just Take Your Life é a primeira prova da mudança do Deep Purple após a entrada de Glenn Hughes no baixo e vocais. Escute o swing que essa música possui e compare com as dos álbuns Machine Head e In Rock. Alguma coisa está errada. Os ingleses sabem fazer música com estilo funk (não é aquele funk que toca no ônibus, PELO AMOR DE DEUS)? Pois é, até o enérgico Ritchie Blackmore, se rendeu ao novo som, tarefa quase impossível.

Mais uma prova do que disse acima: Lay Down, Stay Down. Outro soco na boca do estômago! Muito blues nos teclados de Jon Lord, muito funk na tonalidade de voz de Glenn Hughes e mais um ótimo solo de Blackmore.

Sail Away parece mais o nome de uma música do Grand Funk Railroad, na verdade o álbum lembra em muito a sonoridade dos americanos, no entanto, é Deep Purple, possui o peso que só a Fender Stratocaster de Blackmore, o teclado Hammond de Jon Lord e a cacetada de Ian Paice na bateria nos proporcionam. Destaque também para David Coverdale, que poder sua voz possui, não é a toa todo o sucesso que fez no Whitesnake.

Rufam-se os tambores! You Fool No One não foge a regra deste álbum até aqui, destaque para a nova dupla Coverdale e Hughes. O que mais me chama atenção é como o Deep Purple conseguiu romper com seu estilo pregresso, colocar uma gama de elementos novos, e mesmo assim, não perder sua identidade.

E neste novo universo entra What’s Goin’ On Here, talvez a mais blues do disco inteiro. Algumas palavras resumem esta faixa: Ritchie Blackmore e Jon Lord. É eles são versáteis para caramba. Pena Jon Lord estar quase aposentado e Ritchie Blackmore ter enlouquecido em seu castelo na Inglaterra, fazendo música para elfos. As notas finais conectam perfeitamente o riff da próxima música.

Mistreated e A” 200 são as músicas que destoam do álbum. A primeira é cantada somente por Coverdale, sem o auxílio de Glenn Hughes. Com certeza, a faixa que lembra mais a época do Purple com Ian Gillan nos vocais. Mais uma vez Blackmore dá um show à parte, seus solos são indecifráveis, de personalidade parecida com o dono, forte e irascível. Quanto à segunda música, não sei, até hoje não a entendo, lembra-me muito Uriah Heep, um teclado cheio de efeitos ao fundo, modulando de tom e o baixo de Glenn Hughes comendo solto. Uma puta viagem, com o perdão do vocábulo.

Isto é Deep Purple, uma banda turbulenta, enérgica, que viveu muitos altos e baixos, no entanto, tinha os três músicos mais talentosos que já ouvi em minha vida: Ritchie Blackmore, Jon Lord e Ian Paice. Não é de se estranhar que influenciaram uma gama de músicos da nova geração.

Por hoje é só “galerê”!

Grande abraço.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Stevie Ray Vaughan - The Sky is Crying


Bem vindos, mentes ávidas pelo amanhã, ou pelo hoje, ou por nada!

Hoje quero falar de blues, blues e mais blues! Todo rockeiro que se preze, tem que gostar de blues, e ponto! Não gostar de blues é como negar suas raízes, negar seus pais, fingir que você não é você, seria uma autonegação quase esquizofrênica.

Blues é um assunto muito extenso, tem uma história longínqua e extremamente interessante. Influências bluesísticas não faltam: Muddy Waters, Buddy Guy, B.B. King, Freddie King, Albert King, Bo Diddley etc. Quero dedicar este post ao músico e ao álbum que me fez apaixonar pelo estilo, no entanto, não é um músico da chamada “velha guarda” do blues. Quem é ele? (vocês já sabem, é o título do post!)



Stevie Ray Vaughan, talvez o guitarrista de estilo mais inconfundível que já ouvi, usava uma guitarra Fender Stratocaster, toda lascada, com as iniciais de seu nome gravadas, cuja captação havia sido desenvolvida pelo capeta! Seu timbre de guitarra e técnica são reconhecíveis até pelos ouvidos mais desatentos. Lembro-me do primeiro dia que o ouvi, foi com o disco em questão, The Sky is Crying, indicação de meu professor de guitarra na época. Através deste álbum descobri Hendrix, descobri o blues, descobri a guitarra e seus efeitos. Vamos a ele.



Boot Hill, The Sky is Crying e Empty Arms, são as músicas iniciais. Estilos relativamente parecidos, recheadas de solos rasgados e fortes. A técnica de Ray Vaughan sempre me causou estranheza, pois é impressionante sua modulação de intensidade em seus solos, ele consegue ir do raivoso ao calmo em poucos segundos, mas ao mesmo tempo não se nota esta passagem. Esta afirmação é notada nessas três músicas, principalmente em The Sky is Crying, que ainda conta com a ótima capacidade vocal de Stevie, acompanhada de um leve toque de Jack Daniels.

Little Wing foi a música que me fez apreciar músicas instrumentais, apesar da versão original de Jimi Hendrix ter letra. O feitiço virou contra o feiticeiro! Hendrix fez uma releitura de Sunshine of Your Love, do mestre Eric Clapton, transformando-a em uma música instrumental. Podemos dizer que isto abriu um precedente. Ray Vaughan aproveita a chance como ninguém e dá um sal a mais na música, mostrando sua versatilidade como guitarrista, flertando com o jazz e mostrando para o finado mestre, que havia mais por explorar nesta bela canção.

Wham, curtinha, sem muita enrolação, pá pum e já era! Possui um ótimo riff e cadência, Ray Vaughan era um mestre nesse tipo de composição, que a meu ver, eram músicas feitas para agitar os shows e empolgar já logo de partida. A entrada me lembra surf music, não sei por que.

May I Have a Little Talk With You, muito parecida com The Sky is Crying, no entanto, um pouco mais sonolenta, mais depressiva, já que suscita uma discussão do relacionamento. Um blues padrão regado a whisky em algum bar sujismundo, prestes a ser fechado pela vigilância sanitária. É ai que entra Close to You, blues mais animado, quase que dando uma esperança ao caso acima.

A canção seguinte foi a primeira que toquei em uma audição por minha escola de música, por tanto, tem certo valor sentimental para mim. Chitlins Con Carne é calma, abafada, sem muita vontade de ser tocada, falada para dentro, mas com muito movimento e principalmente, muito virtuosismo. De novo Stevie Ray Vaughan flerta docemente com o jazz. Obra prima.

So Excited chega parecida com Wham, no entanto, menos agressiva e mais serelepe. É impressionante a capacidade de Ray Vaughan em transformar melodias simples em epopéias musicais. Esta é um exemplo.

Life By The Drop fecha o disco. Que música suave e delicada. Só um violão de 12 cordas e voz, mais nada. Nem precisa. Prova que Stevie Ray Vaughan não era somente um guitarrista, e que, também, cantava como ninguém.

That’s all folks!

Grande abraço!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Jimi Hendrix - Electric Ladyland


...And The Gods Made Love

Bem vindos, mentes ávidas pelo amanhã!

Hoje partilho com vossas senhorias outro momento marcante na minha vida musical! Chama-se Electric Ladyland! Obra do mestre, incontestável, (no entanto, alguns contestam) James Marshall Hendrix, ou simplesmente, Jimi Hendrix. Todo músico ou guitarrista deveria ter como estudo básico a técnica “Hendrixiana”, principalmente por ser bem abrangente e versátil. Por tanto, hoje falo de um disco que ouvi até furar o cd e quebrar o leitor óptico. Parte de um trabalho rico e extenso de Jimi Hendrix. E para mim o de maior importância!



O disco começa com a psicodelia ácida do fim dos anos 60, mistura de microfonias, gravações não identificáveis, efeitos de voz e similares, talvez a concepção de Hendrix do que seria um ato sexual entre os deuses, como o próprio título da música refere-se. Após este breve interlúdio, Hendrix meio que nos pergunta, meio que nos afirma, “Você já esteve em Electric Ladyland?!”. Talvez em sonhos, Jimi, ou em alguma viagem astral, não posso te dizer agora!

Crosstown Traffic é a próxima. Uma porrada, cheia de groove e cheia de efeitos. O riff de guitarra e piano casam perfeitamente. No fim, Jimi avisa: “Cuidado!”. Realmente, tenha cuidado! Voodoo Chile chega rogando uma praga, anunciando o nascimento de um blues em Ré como você nunca ouviu na sua vida. Muita coisa acontece, Jimi sola de forma ensandecida, um teclado estilo igreja gospel improvisa ao fundo. Para que usar drogas se temos uma música como esta! Ela eleva seu estado normal de consciência com certeza!  Ao fim pessoas parabenizam no estúdio, dando um ar de improviso total à música, Jimi pergunta se foi bom? E ai foi bom para vocês?

Little Miss Strange, música de Noel Redding, baixista controverso de Hendrix. Esta música remete-me a Liverpool, as praias dos EUA e seus surfistas calhordas. Apesar de parecer muito alguma música do The Animals, ou até mesmo, Beatles, Hendrix está lá, dando sua cadência, seu ritmo e principalmente seus solos. Long Hot Summer Night, Come On (Let The Good Times Roll) e Gipsy Eyes são as próximas, três músicas cheia de ritmo e versatilidade, talvez as que mostrem como o mestre Hendrix não era apenas um show man ao vivo, e, sim, também, um exímio guitarrista, com técnica apurada. Pena que sua mistura de barbitúricos e vinho, abreviou sua estadia na terra! Bom ele não era daqui mesmo!


                                Capa original que foi censurada. Por que será? Eu não sei!

Burning Of The Midnight Lamp começa estranha, meio tosca, meio que inacabada, a bateria de Mitch Mitchell dá o ritmo, Jimi canta com uma voz metalizada, abafada, como se estivesse em uma caixa de metal. A música começa a ter corpo e o efeito Wah Wah, come solto, como de costume!

Agora sim, a música que mais gosto deste álbum. Rainy Day, Dream Away. Jimi queima seu baseado, acende, prende e pergunta: “O que vimos?”. Bom, de “fora da caixa”, vejo simplicidade, misturado a jazz fusion e saxofone! E calmaria, muita calmaria, como se apreciássemos o dia chuvoso do título.  Nem a guitarra distorcida e arranhada de Jimi, tira tal estado de admiração. E dentro desta viagem, deste sonho, que teima em acabar, aparecem, 1983... (A Merman I Should Turn To Be) e Moon, Turn The Tides... Gently Gently Away. Devido ao grau de letargia dado por Rainy Day, Dream Away, não conseguimos distinguir os efeitos das duas músicas supracitadas. Não sabemos quando começa uma e termina a outra. Ouça e sinta o sonho blueseiro que Hendrix desenhou em forma de notas musicais para nós. Rainy Day, Dream Away volta com um pseudônimo: Still Raining, Still Dreaming. Muda-se o nome, mas o efeito continua o mesmo. O sonho finalmente se finda, no entanto, Hendrix diz continuar sonhando! Sigamos nesse sonho hippie!

House Burning Down e All Along The Watchtower. A primeira de autoria própria e a segunda, uma releitura do clássico de Bob Dylan. A primeira música mais parece um tango, mas tem um som de guitarra que lembra fogo, parece carvão em brasas, realmente uma música tocada muito intensamente. A segunda música é talvez uma das melhores regravações que já ouvi. Hendrix era muito bom nessa arte como podemos conferir aqui. Os solos e os acordes tocados da forma “hendrixiana” enchem a música! Coisa de outro mundo! Eu se fosse Bob Dylan, ficaria mais que agradecido por tal homenagem!

Voodoo Child (Slight Return) chega e assassina brutalmente o blues nascido em Voodoo Chile, como se matasse a praga rogada anteriormente. Sem perdão, sem misericórdia! Hendrix estava nervoso, tinha raiva e ódio! Espanca sua guitarra e joga-a em nós! E depois da surra, nos segreda: “Se não te ver de novo neste mundo/ te vejo no próximo/ não se atrase!”. Ok, Jimi, só poderemos te ver lá mesmo! Prometemos não nos atrasarmos.

Se você quer entender o trabalho do mestre, é imprescindível ouvir este álbum. Existem tantas facetas de Jimi nele, que provavelmente você o ouvirá a vida inteira, e não terá visto todas. Este é um disco indigesto na primeira vez, no entanto, possui alguma toxina que causa vício, como a nicotina. Você precisará de uma clínica de reabilitação depois de ouvi-lo. E olhe que se livrar de Hendrix é difícil, estou tentando a pelo menos 14 anos e ainda não consegui.

Grande abraço a todos!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Jimmy Page & Robert Plant - No Quarter


Bem vindos de novo, mentes ávidas pelo amanhã!

Conforme havia prometido no primeiro post, faria um texto falando sobre o primeiro CD que me fez respirar, transpirar e amar o Rock e a música principalmente. Já vou avisando que ficou demasiadamente extenso! Mas vale a pena conferir!

Vamos a ele:

Não posso dizer ao certo em que ano, esta maravilhosa peça de arte moderna me foi apresentada, possivelmente entre os anos de 1996 e 1997. Na época nem fazia idéia de quem eram os senhores admirando uma possível paisagem caótica no horizonte, um deles ainda segura uma corda, (hein?!) coisas que só são possíveis, vindo de quem vem. Ouvindo as primeiras faixas, sem saber de quem se tratam, provavelmente você imaginará que foi feito por pessoas de alguma religião asiática, mais precisamente perto da Índia, Bangladesh etc.  No entanto a cara de europeus dos caras denuncia uma farsa! Talvez uma possível seita nascida em Manchester? Vejamos.



Eu mal sabia que os dois senhores, eram nada mais, nada menos, que Jimmy “Página” e Robert “Planta”, vulgo Jimmy Page & Robert Plant, os principais precursores do estilo musical mais adorado, atemporal e anacrônico da história.  Eles, juntamente com as outras duas bandas que formam o tripé do heavy metal,  Deep Purple e Black Sabbath, abriram a porta do som pesado na música da época, colocando o peso das guitarras distorcidas modelo Les Paul da Gibson, juntamente com os amplificadores da Marshall, difundindo uma mistura inquebrável de sons, que até hoje são copiados.



O álbum em questão foi lançado em 1994 e gravado no Marrocos, Londres e País de Gales. Batizado com uma das músicas mais enigmáticas do Led Zeppelin, No Quarter, do excelentíssimo álbum da banda, Houses of the Holy. É pública e notória a influência das sonoridades do Marrocos em todo o disco, tanto nas releituras de músicas antigas, quanto nas quatro músicas inéditas. Vamos a elas!

Nobody´s Fault but Mine – O disco começa instigante. Simplesmente uma grande releitura de uma música do Led não tão conhecida do grande público. Ouvindo a original, nota-se que praticamente todo o arranjo foi refeito, dando outro andamento para a música. Aqui entra o papel de Sir Jimmy Page. Parece que não há uma delimitação entre seus braços e o violão, permitindo-o uma interpretação única dos acordes e riff’s tocados nele. A adição do banjo e sanfona ou viola de roda são a cereja do bolo. O blues de Page misturado à essa salada de fruta instrumental, mostram como esse estilo se adapta a tudo.  Uma obra prima. Até hoje não tenho palavras para descrever tal sonoridade. Ouçam, por favor!

Thank You – Grande clássico do Led. Não há muito que dizer aqui, essa é uma versão sem adições extras. Posso elencar somente a competência instrumental de Michael Lee, escalado para a difícil tarefa de substituir John Bonham nas baquetas. Em poucos momentos sentimos a falta de Bonzo na função. Grande instrumentista, pena que morreu em 2008. Não posso deixar de citar o feeling de Mr. Page novamente no solo executado.

No Quarter – Faixa que dá nome ao disco. Outro clássico do Led, do álbum Houses of the Holy. Novamente versão completamente repaginada, desta vez, somente com voz e violão. Outra grande inversão de ritmo e melodia. Destaque para a grande interpretação de Robert Plant, que, mesmo não possuindo mais os agudos de outrora, segura a bronca e ainda faz melhor.

Friends – Grande momento do disco, talvez um dos mais importantes. Mais uma do Led. É impossível, para mim, enumerar todos os sentimentos que tenho ouvindo tal lampejo de genialidade. Mais uma miscelânea instrumental, dessa vez completamente orquestrada. Perdoem-me os puristas, mas devo admitir que esta para mim, é a melhor versão desta música.  Provavelmente os fãs de Led, não voltem mais ao blog.

Yallah – Finalmente uma música nova! Boa música, riff bem trabalhado e boa interpretação de Robert Plant. Música crua, direta, sem muitos virtuosismos musicais. Para quem conhece a fundo o trabalho do Led, esta música lembra as inserções psicodélicas e microfonias, feitas nas interpretações das músicas ao vivo, como Whole Lotta Love.

City Don't Cry – Outra inédita. Esta música mostra um pouco da tradição musical do lugar. Utilizando instrumentos e cantores da região. Talvez para os amantes do rock seja um pouco penoso ouvi-la, no entanto, foi muito bem inserida no contexto musical do disco. Vale conferir e não pulá-la no player.

Since I've Been Loving You – Na minha singela opinião, o melhor blues já feito pelo Led Zeppelin. Intenso, melancólico e soberbo. Outro ótimo casamento entre orquestra e rock. Reserve um tempo, só para ouvir o solo de guitarra. Em aproximadamente 14 anos ouvindo rock, posso dizer, sem medo de ser leviano, que este é o solo mais bonito e inquietante que já ouvi. Pelo amor de deus, ouçam!

The Battle of Evermore – Outro momento que merece destaque. Novamente uma releitura, no entanto, vale o destaque para a grande interpretação de Najma Akhtar. De novo, ótima mistura de instrumentos da região e o Bandolim de Sir Jimmy Page. Confiram e comparem com a original e tirem suas conclusões.

Wonderful One – Com certeza a melhor música dentre as inéditas. Esta música relembra os grandes clássicos voz e violão do Led, como Going to California. A sonoridade é reconfortante, e o tambor que bate ao fundo, dá um toque indígena à música.

That’s the Way – Outra releitura, mas não menos importante. Talvez a música com menos elementos novos! Muito boa, não poderia ter faltado neste CD. É o aperitivo ideal do que está por vir.

Gallows Pole – Música que começa a dar as pinceladas finais do álbum! Novamente os instrumentos da região dão o tempero ardido que esta música precisava. Michael Lee de novo mostra que sabe descer a lenha na batera e Robert Plant prova ao que veio.

Four Sticks – Uma de minhas músicas preferidas do Led e deste álbum! Apesar de não ter guitarras, a música tem um peso e uma cadência vibrante! Os violinos, novamente orquestrados, junto aos tambores da região, tornam a música quase que ritualística. Um petardo! Quem, como eu, que gosta desta música, deve ouvir esta versão!

Kashmir – Escrita por Plant enquanto atravessava o deserto do Saara, esta é a música do álbum. Se você até aqui, escutou este CD, fazendo outras coisas, pare! Pare agora! Está música é egoísta, tem que ser ouvida sozinha, sem interferências! Preste atenção em cada detalhe! Se você não se sentir inquieto quando ouvir o magnífico solo de violino desta obra prima, provavelmente sua alma já saiu de seu corpo. Todos os elementos vistos durante o disco aparecem aqui, andando lado a lado, se completando, se ajudando. Escute pelo menos umas 500 vezes. Garanto que não irá se arrepender! Depois me conte se ainda consegue ouvir a versão antiga sem se lembrar desta.

Para quem adquirir o DVD, ainda pode conferir as canções What Is and What Should Never Be, When the Levee Breaks, The Rain Song e Black Dog. Estas não irei opinar, assistam e deleitem-se. =)

Bom este post ficou imenso, se você chegou até aqui, deve ter gostado de alguma coisa da resenha. Daqui para frente não pretendo fazê-los tão extensos. Achei que este CD merecia destaque, por ter sido de tamanha importância em minha vida. Ainda mais que me fez ouvir e ser fã incondicional de Led Zeppelin.

Por hoje chega!
Grande abraço!

Administrador de empresas... Mas rockeiro em primeiro lugar... Desde criança...

Salve rockeiros de plantão... Quem vos escreve é um rockeiro convicto.

Meu nome é Alberto Costa, mas podem me chamar de Betão. Sou administrador de empresas, tenho pós em finanças e já trabalho há muito tempo em grandes corporações. Mas nas horas vagas, procuro dividir meu tempo entre minha família e um gosto pessoal que já me acompanha há muito tempo... A música... E mais especificamente o bom e velho rock n' roll.

Apesar de nunca ter tocado qualquer instrumento musical, meu gosto por música vem da infância. Sou o filho mais novo entre três irmãos. Nasci no ano de 1964 e meus irmãos já tinham 5 e 10 anos de idade respectivamente. E o que isto significa? Significa que, quando eles estavam em suas respectivas adolescências, aquele período onde ocorrem várias descobertas, inclusive as musicais, estava Eu, meio que sem querer, absorvendo um pouco de suas vivências. Principalmente as musicais.

Por exemplo, lembro-me de meu irmão mais velho tocando violão entre amigos, andando para cima e para baixo com um gravador portátil, ouvindo discos na vitrola. E o que ele ouvia? Ora, quando meu irmão mais velho tinha 15 anos (isto era em 1969), Beatles, Rolling Stones, Creedence e Bee Gees eram básicos. E aqui no Brasil a Jovem Guarda explodia com Roberto Carlos e tantos outros.

Outro exemplo foi meu irmão do meio, o qual viveu sua adolescência nos meados dos anos 1970. E o que ele tinha em seu baú musical? Uriah Heep, Black Sabbath, Yes, Bob Dylan, Fleetwood Mac, Pink Floyd, Lynyrd Skynyrd entre outros.

E seguindo esta linha de raciocínio, enquanto meus irmãos curtiam tudo isto, Eu ia crescendo ouvindo tudo por tabela. Ou seja, desde os meus 5 anos de idade Eu ouço rock n' roll.

Mas as boas influências não param por ai. Tinha também o velho Abel Costa, meu pai. Ele também contribuiu para que meu gosto musical fosse coroado pela sofisticação, pois a música clássica de Tchaikovsky, Beethoven e Chopin e mais o Jazz de Louis Armstrong entraram em cena de forma bem marcante. Ainda me lembro como se fosse hoje. Eu devia ter meus oito anos. Eu dormia cedo, como toda criança da minha idade. E numa noite, não sei bem que horas seriam, acordei e levantei-me ao ouvir um som vindo da sala. Era uma música maravilhosa, repleta de acordes de violinos e piano. Era uma música ao mesmo tempo suave e marcante. Não sei bem o que estava acontecendo, mas sei que depois daquele dia, passei a escutar Tchaikovsky frequentemente. Devo isto ao meu pai!

Mas voltando ao rock, como disse, meu irmão mais velho era detentor de um pequeno gravador portátil, o qual era um grande objeto de desejo para mim. Mas ele não largava aquela pequena máquina de som. Ou estava a escutar algo ou então a gravar algo. Ao passo que eram raras as vezes que eu podia mexer naquela "máquina dos sonhos". E sempre escondido. Mas quando conseguia... Ah! Era o máximo. E o que me lembro? Lembro de fitas cassete que tocavam músicas deliciosas... Elton John... Meu irmão tinha muito material do Elton John... Bee Gees ele também adorava.

Mas tinha uma música que era extremamente bela e me levava numa viagem alucinante toda vez que Eu a escutava. Esta música era tão enigmática que naquela época Eu a escutava e nem imaginava quem a performava. Só sei que Eu adorava tal canção. Somente muitos anos depois é que Eu descobri quem eram os Deuses Rockeiros que fizeram aquela obra prima. Isto deve ter ocorrido por volta de 1981, quando comprei o disco Demons And Wizards do Uriah Heep. Comprei o disco sem ouvir, pois já naquela época Eu amava Uriah Heep, pois já tinha em casa há muito tempo o disco Wonderworld, o qual era um dos que Eu mais ouvia. Pois bem... Me lembro quando fui ao "Jumbo-Eletro", na seção de discos, e lá estava Eu procurando alguma coisa nova. Eis que de repente aquela capa azulada com um desenho maravilhoso do Roger Dean, contendo um ser mágico caminhando por pedras e quedas d'agua. E quando li o nome da banda e vi que se tratava de Uriah Heep, não tive a menor dúvida de comprar aquela joia.

Não via a hora de chegar em casa para ouvir o disco. Era sempre assim. Ah! Como era legal entrar na sala da minha casa e ligar o nosso Gradiente STR-1050 (que tenho até hoje). Fazia aquele som característico dos aparelhos de sons potentes daquela época... "PBUM... MMMMMMMMMMMMM..."... Tirei o disco cuidadosamente do plástico e acondicionei-o com mais cuidado ainda no prato da "Garrard 630s". E qual não foi a minha surpresa??? Aquele som antigo e especial que eu ouvia escondido através daquele gravador do meu irmão. Aquele som abafado e repleto de chiados... Agora não mais... Era um som limpo e cristalino e Eu podia aumentar até o talo (até minha mãe entrar na sala e abaixar o volume) e curtir THE WIZARD como nunca tinha curtido antes... Sim... Eu, sem querer, tinha achado a música que eu tanto gostava e que nada sabia sobre ela, a não ser que era um som especial.

Nossa! Quantas histórias tenho para contar sobre a minha vida de rockeiro. Histórias simples, por certo. Histórias de um garoto comum que viveu sua adolescência na cidade de São Paulo, entre o final da década de 1970 e início dos anos 1980. Muitas destas histórias trarão boas lembranças para muitos, tenho certeza. Espero que muitos venham a se interessar pelas mesmas e que queiram compartilhar suas vivências também.

Mas nesta postagem inicial vou parar por aqui. Neste momento, quero apenas agradecer ao meu Amigo e parceiro do rock e também sobrinho, Leandro Cenati, por ter criado este espaço e ter me dado a oportunidade de ser um colaborador. Quero agradecer a ele também pela dedicatória que fez a mim em sua postagem inicial. Quero que ele saiba que para mim foi um prazer muito grande ter sido um dos responsáveis por ele ter se apaixonado e ter aprofundado seu gosto musical pelo rock.

Finalmente, acredito que os rockeiros já nascem rockeiros. Às vezes não sabem disso, mas em algum momento de suas vidas se dão conta deste fato. Foi o que aconteceu com o Leandro Cenati. E foi o que aconteceu comigo. Mas isto eu deixo para contar depois.

Long live rock n' roll...

Alberto Costa... O Betão...


domingo, 20 de maio de 2012

Primeiro Post


Bem vindas, mentes ávidas do amanhã, este é o primeiro post do Rock Catártico.

Como todos já devem ter notado, este é um blog que se destina ao público que aprecia o bom e velho rock and roll. O objetivo aqui, como o próprio título sugere, é contar um pouco de nossas experiências musicais com o gênero, descrevendo nossos pensamentos, sentimentos e sensações sobre os álbuns que consideramos essenciais aos ouvintes.

Para quem não me conhece, meu nome é Leandro Cenati, sou formado em administração de empresas e estudo guitarra desde os 13 anos. Possuo um gosto visceral pelo rock, suas ramificações e estilos que o influenciaram.  Foi por causa dele que comecei a estudar guitarra e música, por isto, posso dizer que o rock foi o formador de minha personalidade musical.

Lembro-me até hoje a primeira vez que tive contato com o gênero, (na verdade creio que nem possuía um verdadeiro gosto musical antes disto) minha mãe havia pego emprestado de minha tia o CD do projeto pós-Zeppelin de Jimmy Page e Robert Plant, No Quarter. Para os que já conhecem, dispenso comentários. Para quem nunca ouviu, sugiro adquirir o quanto antes, e depois leia minha resenha do álbum aqui no blog e tire suas conclusões. Transformei-me noutra pessoa após ouvi-lo, gravei-o em fita k7 (sim na época elas ainda existiam) e passei dias e mais dias ouvindo-o. Pronto, estava dado o pontapé inicial, outro Leandro surgiu na terra, como se tivesse nascido novamente, a lavagem cerebral estava feita, meu coração não funcionava mais sem música e rock principalmente. Aprender guitarra foi somente a consolidação e a prova cabal do meu novo eu que nasceu.

Após o ocorrido, entra em cena a figura que mais alimentou a chama do rock and roll em mim, meu tio e tutor roqueiro Alberto Costa, e claro, colaborador também do Rock Catártico. Creio que em todos estes anos, ele foi o meu principal incentivador, mostrando-me as várias vertentes do gênero, como o hard rock, progressivo, heavy metal, entre outros. Até hoje trocamos muitas informações sobre música e isto nos fez crer que o gênero está longe de morrer, como muitos gostam de alardear por ai, e que sim, ainda há muita coisa para acontecer neste universo.

Por tanto, caros leitores, prometemos nos próximos posts, tanto eu, como o Sr. Alberto, trocar com vocês, nossos conhecimentos deste gênero, trazendo resenhas sobre álbuns que consideramos de alguma relevância para qualquer roqueiro que se preze.

Espero que gostem! =)

Grande abraço,
Leandro Cenati.