Black Sabbath - Sabbath Bloody Sabbath - 1973
Salve Galera do Rock!
Começo a escrever esta postagem ao som de um dos álbuns de rock que moldaram o meu gosto musical. Não sei ao certo que idade tinha quando ouvi estas músicas pela primeira vez. Devia ter uns dez ou onze anos. E nesta época Eu não me ligava em estilos, apenas nos sons. A única coisa que importava era o que Eu sentia quando ouvia as músicas. E definitivamente, todas as músicas do álbum Sabbath Bloody Sabbath calavam forte em minha alma.
Começo a escrever esta postagem ao som de um dos álbuns de rock que moldaram o meu gosto musical. Não sei ao certo que idade tinha quando ouvi estas músicas pela primeira vez. Devia ter uns dez ou onze anos. E nesta época Eu não me ligava em estilos, apenas nos sons. A única coisa que importava era o que Eu sentia quando ouvia as músicas. E definitivamente, todas as músicas do álbum Sabbath Bloody Sabbath calavam forte em minha alma.
Desde moleque, Eu curtia muito este lance de música. Quando Eu não estava na rua, andando de carrinho de rolimã ou jogando bola, minha diversão era ligar a "vitrola" e passar algumas horas brincando de locutor de rádio. Meus irmãos tinham muitos discos. Eu sempre escolhia alguns e os tocava na minha rádio imaginária. Era uma delícia.
Nesta época eu ainda não tinha a consciência plena de que gostava de rock. Mas quando me lembro os discos que Eu escolhia para tocar, invariavelmente o set list esta composto por Uriah Heep, Creedence Clearwater Revival, Black Sabbath e outras boas bandas de rock.
Pois foi um dia, conversando com meu irmão Celso, falando sobre o recente lançamento do álbum The Wall do Pink Floyd (1979), que meu irmão me perguntou "Afinal, que tipo de música você gosta?"... Respondi "Não sei!"... E ele "Ora, você gosta de rock!"... Esta frase simples mudou tudo naquele momento. Na hora pensei "É verdade... Eu gosto de rock!". Decidi então iniciar uma nova coleção. Eu adorava colecionar coisas. Tinha coleção de marcas de cigarro, chaveiros, tampinhas de garrafa, selos, gibis de histórias de terror. Esta nova coleção, porém, pareceu-me muito mais séria.
Precisava então escolher por onde começar. Pensei então qual seria o primeiro disco que eu gostaria de ter. E não foi uma escolha difícil. Havia em casa um exemplar do Sabbath Bloody Sabbath. Ocorre que o mesmo estava em estado lastimável, arranhado e com a capa rasgada. E Eu adorava ouvir aquele disco. Como meu irmão já tinha lá seus 16 ou 17 anos e tinha acesso às lojas de discos, dei uma graninha que que eu tinha ajuntado e pedi a ele que me comprasse este disco.
Passados alguns dias, lá estava Eu com o disco em minhas mãos. Ostento grande orgulho, pois esta joia me acompanha até os dias de hoje e, sempre que posso, ouço este disco com muito prazer. E foi assim que tudo começou.
Vou começar a resenha (que até então estava caminhando em direção a uma auto-biografia) deste quinto trabalho do Black Sabbath, falando da capa do disco. O fundo negro, com detalhes em amarelo e tons de um vermelho forte ou até um pouco mais alaranjados, ostenta a imagem de um homem agonizante em seu leito de morte infernal, rodeado por seres diabólicos. Talvez aquela imagem represente o próprio inferno mental pelo qual a banda viria a passar logo mais.
A contra-capa, antagonicamente, mostra uma imagem celestial, onde o homem, outrora em puro sofrimento, agora vivencia a paz e o descanso eterno.
E este antagonismo está refletido nas oito faixas do disco. A começar pelo maravilhoso riff de Tony Iommy, seguido respectivamente por baixo e bateria (Butler e Ward) e pela voz aguda e rasgada de Ozzy Osbourne, vociferando versos que tratam das eternas dúvidas que os seres humanos insistem em não responder, ora por medo, ora por pura ignorância... Estou falando da música que dá nome ao álbum: Sabbath Bloody Sabbath.
A National Acrobat inicia-se em tom mais cadenciado, mais suave, escondendo por vezes aquela guitarra "stoner" que viria a marcar uma era e definir um estilo a ser seguido por muitos. A letra não menos filosófica e um tanto quanto recheada de ocultismo, provavelmente vinda da mente criativa de Geezer Butler, suscita novas dúvidas sobre as razões da vida e da morte.
Fluff é um caso a parte. Foge de tudo o que você possa pensar quando ouve o nome Black Sabbath. Ozzy não canta. Violões, piano e cravo. Passa paz ao mesmo tempo que está envolta por melancolia. E do mesmo jeito que começa, termina, sem nada explicar. Só se faz sentir.
Sabbra Cadabra. De volta ao som infernal. Mas só na melodia, pois a letra é de um romantismo adolescente inconteste. Mais uma vez temos um antagonismo sonoro, aliando fortes riffs de guitarra com um piano repleto de groove. Excelente música.
Fim do lado A.
Killing Yourself To Live. A minha preferida. Música forte, marcada por solos de guitarra fenomenais e por uma letra muito significativa, principalmente quando pensamos sobre a origem daqueles quatro jovens loucos e aparentemente sem destino, vivendo numa cidade industrial da Inglaterra e que, se não tivessem trilhado o caminho da música, teriam se perdido na mediocridade.
Who Are You? é uma música marcada pelo uso do sintetizdor, por sua melodia enigmática e, mais uma vez, por uma letra calcada em temas que suscitam o ocultismo. Detalhe: quando era moleque tinha medo de escutá-la.
Looking For Today, que na minha opinião tem a melodia menos empolgante do disco, por outro lado tem uma letra bacana. Por esta razão merece ser ouvida atentamente.
Finalizando o disco, uma pérola musical. Spiral Architect. A segunda na minha ordem de preferência. Uma letra viajante e um arranjo musical fenomenal... Quase um rock progressivo.
Na minha opinião, Sabbath Bloody Sabbath é um trabalho que marca o ápice do Black Sabbath da era Ozzy Osbourne, pois neste álbum a banda se mostrou madura o suficiente para experimentar coisas novas e ousar. Trata-se de um trabalho musical mais elaborado, mais profundo. Pena que eles não conseguiram sustentar tudo isto por muito tempo.
Finalizando esta resenha, vale citar aqui a participação do então tecladista do Yes, Rick Wakeman, o qual estava gravando junto do Yes nos mesmos estúdios que o Black Sabbath. Conta Ozzy em sua auto-biografia, que os caras do Yes eram muito caretas e que o sujeito mais legal da banda era Rick Wakeman. Assim, ele acabou sendo convidado a comparecer nas gravações e a participar do álbum. Reza a lenda que ele teria usado o nome falso de Spock Wall para não ter problemas com sua gravadora. Mas isto não é verdade. Tenho o vinil até hoje, e o nome de Rick Wakeman aparece claramente nos créditos.
Tenho certeza de que este álbum é muito conhecido e apreciado por todos aqueles que curtem um bom rock e, mais, uma boa música. Mas se você por acaso ainda não teve o prazer de ouvi-lo, sugiro que o faça o mais breve possível. Vai por mim... Você não vai se arrepender.
Saudações rockeiras e até a próxima.
Betão Star Trips.
A contra-capa, antagonicamente, mostra uma imagem celestial, onde o homem, outrora em puro sofrimento, agora vivencia a paz e o descanso eterno.
E este antagonismo está refletido nas oito faixas do disco. A começar pelo maravilhoso riff de Tony Iommy, seguido respectivamente por baixo e bateria (Butler e Ward) e pela voz aguda e rasgada de Ozzy Osbourne, vociferando versos que tratam das eternas dúvidas que os seres humanos insistem em não responder, ora por medo, ora por pura ignorância... Estou falando da música que dá nome ao álbum: Sabbath Bloody Sabbath.
A National Acrobat inicia-se em tom mais cadenciado, mais suave, escondendo por vezes aquela guitarra "stoner" que viria a marcar uma era e definir um estilo a ser seguido por muitos. A letra não menos filosófica e um tanto quanto recheada de ocultismo, provavelmente vinda da mente criativa de Geezer Butler, suscita novas dúvidas sobre as razões da vida e da morte.
Fluff é um caso a parte. Foge de tudo o que você possa pensar quando ouve o nome Black Sabbath. Ozzy não canta. Violões, piano e cravo. Passa paz ao mesmo tempo que está envolta por melancolia. E do mesmo jeito que começa, termina, sem nada explicar. Só se faz sentir.
Sabbra Cadabra. De volta ao som infernal. Mas só na melodia, pois a letra é de um romantismo adolescente inconteste. Mais uma vez temos um antagonismo sonoro, aliando fortes riffs de guitarra com um piano repleto de groove. Excelente música.
Fim do lado A.
Killing Yourself To Live. A minha preferida. Música forte, marcada por solos de guitarra fenomenais e por uma letra muito significativa, principalmente quando pensamos sobre a origem daqueles quatro jovens loucos e aparentemente sem destino, vivendo numa cidade industrial da Inglaterra e que, se não tivessem trilhado o caminho da música, teriam se perdido na mediocridade.
Who Are You? é uma música marcada pelo uso do sintetizdor, por sua melodia enigmática e, mais uma vez, por uma letra calcada em temas que suscitam o ocultismo. Detalhe: quando era moleque tinha medo de escutá-la.
Looking For Today, que na minha opinião tem a melodia menos empolgante do disco, por outro lado tem uma letra bacana. Por esta razão merece ser ouvida atentamente.
Finalizando o disco, uma pérola musical. Spiral Architect. A segunda na minha ordem de preferência. Uma letra viajante e um arranjo musical fenomenal... Quase um rock progressivo.
Na minha opinião, Sabbath Bloody Sabbath é um trabalho que marca o ápice do Black Sabbath da era Ozzy Osbourne, pois neste álbum a banda se mostrou madura o suficiente para experimentar coisas novas e ousar. Trata-se de um trabalho musical mais elaborado, mais profundo. Pena que eles não conseguiram sustentar tudo isto por muito tempo.
Finalizando esta resenha, vale citar aqui a participação do então tecladista do Yes, Rick Wakeman, o qual estava gravando junto do Yes nos mesmos estúdios que o Black Sabbath. Conta Ozzy em sua auto-biografia, que os caras do Yes eram muito caretas e que o sujeito mais legal da banda era Rick Wakeman. Assim, ele acabou sendo convidado a comparecer nas gravações e a participar do álbum. Reza a lenda que ele teria usado o nome falso de Spock Wall para não ter problemas com sua gravadora. Mas isto não é verdade. Tenho o vinil até hoje, e o nome de Rick Wakeman aparece claramente nos créditos.
Tenho certeza de que este álbum é muito conhecido e apreciado por todos aqueles que curtem um bom rock e, mais, uma boa música. Mas se você por acaso ainda não teve o prazer de ouvi-lo, sugiro que o faça o mais breve possível. Vai por mim... Você não vai se arrepender.
Saudações rockeiras e até a próxima.
Betão Star Trips.
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