Bem vindos, mentes ávidas pelo amanhã, ou pelo hoje, ou por
nada!
Hoje quero falar de blues, blues e mais blues! Todo rockeiro
que se preze, tem que gostar de blues, e ponto! Não gostar de blues é como
negar suas raízes, negar seus pais, fingir que você não é você, seria uma autonegação
quase esquizofrênica.
Blues é um assunto muito extenso, tem uma história longínqua
e extremamente interessante. Influências bluesísticas não faltam:
Muddy Waters, Buddy Guy, B.B. King, Freddie King, Albert King, Bo Diddley etc.
Quero dedicar este post ao músico e ao álbum que me fez apaixonar pelo estilo,
no entanto, não é um músico da chamada “velha guarda” do blues. Quem é ele?
(vocês já sabem, é o título do post!)
Stevie Ray Vaughan, talvez o guitarrista de estilo mais
inconfundível que já ouvi, usava uma guitarra Fender Stratocaster, toda
lascada, com as iniciais de seu nome gravadas, cuja captação havia sido desenvolvida
pelo capeta! Seu timbre de guitarra e técnica são reconhecíveis até pelos
ouvidos mais desatentos. Lembro-me do primeiro dia que o ouvi, foi com o disco
em questão, The Sky is Crying, indicação de meu professor de guitarra na época.
Através deste álbum descobri Hendrix, descobri o blues, descobri a guitarra e
seus efeitos. Vamos a ele.
Boot Hill, The Sky is
Crying e Empty Arms, são as
músicas iniciais. Estilos relativamente parecidos, recheadas de solos rasgados
e fortes. A técnica de Ray Vaughan sempre me causou estranheza, pois é
impressionante sua modulação de intensidade em seus solos, ele consegue ir do
raivoso ao calmo em poucos segundos, mas ao mesmo tempo não se nota esta
passagem. Esta afirmação é notada nessas três músicas, principalmente em The
Sky is Crying, que ainda conta com a ótima capacidade vocal de Stevie, acompanhada
de um leve toque de Jack Daniels.
Little Wing foi a
música que me fez apreciar músicas instrumentais, apesar da versão original de
Jimi Hendrix ter letra. O feitiço virou contra o feiticeiro! Hendrix fez uma
releitura de Sunshine of Your Love, do mestre Eric Clapton, transformando-a em uma
música instrumental. Podemos dizer que isto abriu um precedente. Ray Vaughan
aproveita a chance como ninguém e dá um sal a mais na música, mostrando sua
versatilidade como guitarrista, flertando com o jazz e mostrando para o finado
mestre, que havia mais por explorar nesta bela canção.
Wham, curtinha,
sem muita enrolação, pá pum e já era! Possui um ótimo riff e cadência, Ray
Vaughan era um mestre nesse tipo de composição, que a meu ver, eram músicas
feitas para agitar os shows e empolgar já logo de partida. A entrada me lembra
surf music, não sei por que.
May I Have a Little
Talk With You, muito parecida com The Sky is Crying, no entanto, um pouco
mais sonolenta, mais depressiva, já que suscita uma discussão do
relacionamento. Um blues padrão regado a whisky em algum bar sujismundo,
prestes a ser fechado pela vigilância sanitária. É ai que entra Close to You, blues mais animado, quase
que dando uma esperança ao caso acima.
A canção seguinte foi a primeira que toquei em uma audição
por minha escola de música, por tanto, tem certo valor sentimental para mim. Chitlins Con Carne é calma, abafada,
sem muita vontade de ser tocada, falada para dentro, mas com muito movimento e
principalmente, muito virtuosismo. De novo Stevie Ray Vaughan flerta docemente
com o jazz. Obra prima.
So Excited chega
parecida com Wham, no entanto, menos agressiva e mais serelepe. É
impressionante a capacidade de Ray Vaughan em transformar melodias simples em
epopéias musicais. Esta é um exemplo.
Life By The Drop
fecha o disco. Que música suave e delicada. Só um violão de 12 cordas e voz,
mais nada. Nem precisa. Prova que Stevie Ray Vaughan não era somente um
guitarrista, e que, também, cantava como ninguém.
That’s all folks!
Grande abraço!
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