Bem vindos, mentes ávidas por alguma coisa!
Tenho tentado montar um mosaico dos cd’s que mais
influenciaram meu gosto musical, desde minha tenra pré-adolescência. Acredito
que existam gostos variados ao que se refere o gênero Rock and Roll. Uns gostam
mais de hard rock, outros mais de heavy metal e por ai se segue nesta vasta
cartilha musical. Para mim, existem três bandas que são a pedra
filosofal de tudo que eu entendo como Rock and Roll. Deep Purple, Led Zeppelin
e Black Sabbath, não necessariamente nesta ordem, até por que todas são
igualmente geniais. Hoje falo de uma delas.
Muitos atribuem a paternidade do heavy metal ao Black
Sabbath, eu acho que cabe um exame de DNA. Poderia citar várias bandas que
também são possíveis pais, no entanto, acho que o Deep Purple tem parte
importante nesta história.
A primeira vez que ouvi o álbum Burn, só conhecia as músicas
famosas do Purple, que são majoritariamente as da fase com Ian Gillan nos
vocais. Foi quando ouvi pela primeira vez a música que dá nome ao disco. Agora
me digam, existe coisa mais heavy metal que esta canção? Vamos ao álbum.
Burn dispensa
apresentações. É a música que abre o álbum e que dá nome ao CD. O título
sugestivo (ou “queime” na tradução para o português) já dá o tom do que a
música nos traz. É fogo, muito fogo. O riff te deixa zonzo, gruda na cabeça e
rivaliza de igual para igual com a música mais famosa do Purple, Smoke On The
Water. Ok, a música começa explosiva, intempestiva, quase não te deixa respirar
e depois? Vem a música clássica, você lembra de Beethoven, Bach e agregados.
Esse talvez seja o maior trunfo do Deep Purple, o casamento perfeito do som
pesado com música clássica. Ultimamente, muitas bandas utilizam-se deste
recurso no heavy metal, mas para mim só o Purple é quem fazia da forma mais
legal e divertida. E o que dizer da dupla, David Coverdale e Glenn Hughes?
Arrisco-me a dizer que foi o melhor dueto de vozes do rock.
Might Just Take Your
Life é a primeira prova da mudança do Deep Purple após a entrada de Glenn
Hughes no baixo e vocais. Escute o swing que essa música possui e compare com
as dos álbuns Machine Head e In Rock. Alguma coisa está errada. Os ingleses
sabem fazer música com estilo funk (não é aquele funk que toca no ônibus, PELO
AMOR DE DEUS)? Pois é, até o enérgico Ritchie Blackmore, se rendeu ao novo som,
tarefa quase impossível.
Mais uma prova do que disse acima: Lay Down, Stay Down. Outro soco na boca do estômago! Muito blues
nos teclados de Jon Lord, muito funk na tonalidade de voz de Glenn Hughes e
mais um ótimo solo de Blackmore.
Sail Away parece
mais o nome de uma música do Grand Funk Railroad, na verdade o álbum lembra em
muito a sonoridade dos americanos, no entanto, é Deep Purple, possui o peso que
só a Fender Stratocaster de Blackmore, o teclado Hammond de Jon Lord e a
cacetada de Ian Paice na bateria nos proporcionam. Destaque também para David
Coverdale, que poder sua voz possui, não é a toa todo o sucesso que fez no
Whitesnake.
Rufam-se os tambores! You
Fool No One não foge a regra deste álbum até aqui, destaque para a nova dupla
Coverdale e Hughes. O que mais me chama atenção é como o Deep Purple conseguiu
romper com seu estilo pregresso, colocar uma gama de elementos novos, e mesmo assim,
não perder sua identidade.
E neste novo universo entra What’s Goin’ On Here, talvez a mais blues do disco inteiro. Algumas
palavras resumem esta faixa: Ritchie Blackmore e Jon Lord. É eles são versáteis
para caramba. Pena Jon Lord estar quase aposentado e Ritchie Blackmore ter
enlouquecido em seu castelo na Inglaterra, fazendo música para elfos. As notas
finais conectam perfeitamente o riff da próxima música.
Mistreated e “A” 200 são as músicas que destoam do
álbum. A primeira é cantada somente por Coverdale, sem o auxílio de Glenn
Hughes. Com certeza, a faixa que lembra mais a época do Purple com Ian Gillan
nos vocais. Mais uma vez Blackmore dá um show à parte, seus solos são
indecifráveis, de personalidade parecida com o dono, forte e irascível. Quanto
à segunda música, não sei, até hoje não a entendo, lembra-me muito Uriah Heep,
um teclado cheio de efeitos ao fundo, modulando de tom e o baixo de Glenn
Hughes comendo solto. Uma puta viagem, com o perdão do vocábulo.
Isto é Deep Purple, uma banda turbulenta, enérgica, que
viveu muitos altos e baixos, no entanto, tinha os três músicos mais talentosos
que já ouvi em minha vida: Ritchie Blackmore, Jon Lord e Ian Paice. Não é de se
estranhar que influenciaram uma gama de músicos da nova geração.
Por hoje é só “galerê”!
Grande abraço.
Baaaaaaaita cd de rock, o meu preferido do Purple.
ResponderExcluirTeu blog tá demais, queria comentar em todas as resenhas, mas não tenho tempo.
Continue na caminhada pra não deixar o bom velho rock n roll morrer, abração.