quinta-feira, 24 de maio de 2012

Deep Purple - Burn


Bem vindos, mentes ávidas por alguma coisa!

Tenho tentado montar um mosaico dos cd’s que mais influenciaram meu gosto musical, desde minha tenra pré-adolescência. Acredito que existam gostos variados ao que se refere o gênero Rock and Roll. Uns gostam mais de hard rock, outros mais de heavy metal e por ai se segue nesta vasta cartilha musical. Para mim, existem três bandas que são a pedra filosofal de tudo que eu entendo como Rock and Roll. Deep Purple, Led Zeppelin e Black Sabbath, não necessariamente nesta ordem, até por que todas são igualmente geniais. Hoje falo de uma delas.

Muitos atribuem a paternidade do heavy metal ao Black Sabbath, eu acho que cabe um exame de DNA. Poderia citar várias bandas que também são possíveis pais, no entanto, acho que o Deep Purple tem parte importante nesta história.

A primeira vez que ouvi o álbum Burn, só conhecia as músicas famosas do Purple, que são majoritariamente as da fase com Ian Gillan nos vocais. Foi quando ouvi pela primeira vez a música que dá nome ao disco. Agora me digam, existe coisa mais heavy metal que esta canção? Vamos ao álbum.



Burn dispensa apresentações. É a música que abre o álbum e que dá nome ao CD. O título sugestivo (ou “queime” na tradução para o português) já dá o tom do que a música nos traz. É fogo, muito fogo. O riff te deixa zonzo, gruda na cabeça e rivaliza de igual para igual com a música mais famosa do Purple, Smoke On The Water. Ok, a música começa explosiva, intempestiva, quase não te deixa respirar e depois? Vem a música clássica, você lembra de Beethoven, Bach e agregados. Esse talvez seja o maior trunfo do Deep Purple, o casamento perfeito do som pesado com música clássica. Ultimamente, muitas bandas utilizam-se deste recurso no heavy metal, mas para mim só o Purple é quem fazia da forma mais legal e divertida. E o que dizer da dupla, David Coverdale e Glenn Hughes? Arrisco-me a dizer que foi o melhor dueto de vozes do rock.



Might Just Take Your Life é a primeira prova da mudança do Deep Purple após a entrada de Glenn Hughes no baixo e vocais. Escute o swing que essa música possui e compare com as dos álbuns Machine Head e In Rock. Alguma coisa está errada. Os ingleses sabem fazer música com estilo funk (não é aquele funk que toca no ônibus, PELO AMOR DE DEUS)? Pois é, até o enérgico Ritchie Blackmore, se rendeu ao novo som, tarefa quase impossível.

Mais uma prova do que disse acima: Lay Down, Stay Down. Outro soco na boca do estômago! Muito blues nos teclados de Jon Lord, muito funk na tonalidade de voz de Glenn Hughes e mais um ótimo solo de Blackmore.

Sail Away parece mais o nome de uma música do Grand Funk Railroad, na verdade o álbum lembra em muito a sonoridade dos americanos, no entanto, é Deep Purple, possui o peso que só a Fender Stratocaster de Blackmore, o teclado Hammond de Jon Lord e a cacetada de Ian Paice na bateria nos proporcionam. Destaque também para David Coverdale, que poder sua voz possui, não é a toa todo o sucesso que fez no Whitesnake.

Rufam-se os tambores! You Fool No One não foge a regra deste álbum até aqui, destaque para a nova dupla Coverdale e Hughes. O que mais me chama atenção é como o Deep Purple conseguiu romper com seu estilo pregresso, colocar uma gama de elementos novos, e mesmo assim, não perder sua identidade.

E neste novo universo entra What’s Goin’ On Here, talvez a mais blues do disco inteiro. Algumas palavras resumem esta faixa: Ritchie Blackmore e Jon Lord. É eles são versáteis para caramba. Pena Jon Lord estar quase aposentado e Ritchie Blackmore ter enlouquecido em seu castelo na Inglaterra, fazendo música para elfos. As notas finais conectam perfeitamente o riff da próxima música.

Mistreated e A” 200 são as músicas que destoam do álbum. A primeira é cantada somente por Coverdale, sem o auxílio de Glenn Hughes. Com certeza, a faixa que lembra mais a época do Purple com Ian Gillan nos vocais. Mais uma vez Blackmore dá um show à parte, seus solos são indecifráveis, de personalidade parecida com o dono, forte e irascível. Quanto à segunda música, não sei, até hoje não a entendo, lembra-me muito Uriah Heep, um teclado cheio de efeitos ao fundo, modulando de tom e o baixo de Glenn Hughes comendo solto. Uma puta viagem, com o perdão do vocábulo.

Isto é Deep Purple, uma banda turbulenta, enérgica, que viveu muitos altos e baixos, no entanto, tinha os três músicos mais talentosos que já ouvi em minha vida: Ritchie Blackmore, Jon Lord e Ian Paice. Não é de se estranhar que influenciaram uma gama de músicos da nova geração.

Por hoje é só “galerê”!

Grande abraço.

Um comentário:

  1. Baaaaaaaita cd de rock, o meu preferido do Purple.

    Teu blog tá demais, queria comentar em todas as resenhas, mas não tenho tempo.
    Continue na caminhada pra não deixar o bom velho rock n roll morrer, abração.

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