Bem vindos de novo, mentes ávidas pelo amanhã!
Conforme havia prometido no primeiro post, faria um texto
falando sobre o primeiro CD que me fez respirar, transpirar e amar o Rock e a música
principalmente. Já vou avisando que ficou demasiadamente extenso! Mas vale a pena conferir!
Vamos a ele:
Não posso dizer ao certo em que ano, esta maravilhosa peça
de arte moderna me foi apresentada, possivelmente entre os anos de 1996 e 1997.
Na época nem fazia idéia de quem eram os senhores admirando uma possível
paisagem caótica no horizonte, um deles ainda segura uma corda, (hein?!) coisas
que só são possíveis, vindo de quem vem. Ouvindo as primeiras faixas, sem saber
de quem se tratam, provavelmente você imaginará que foi feito por pessoas de
alguma religião asiática, mais precisamente perto da Índia, Bangladesh etc. No entanto a cara de europeus dos caras
denuncia uma farsa! Talvez uma possível seita nascida em Manchester? Vejamos.
Eu mal sabia que os dois senhores, eram nada mais, nada
menos, que Jimmy “Página” e Robert “Planta”, vulgo Jimmy Page & Robert
Plant, os principais precursores do estilo musical mais adorado, atemporal e
anacrônico da história. Eles, juntamente
com as outras duas bandas que formam o tripé do heavy metal, Deep Purple e
Black Sabbath, abriram a porta do som pesado na música da época, colocando o
peso das guitarras distorcidas modelo Les Paul da Gibson, juntamente com os
amplificadores da Marshall, difundindo uma mistura inquebrável de sons, que até
hoje são copiados.
O álbum em questão foi lançado em 1994 e gravado no
Marrocos, Londres e País de Gales. Batizado com uma das músicas mais
enigmáticas do Led Zeppelin, No Quarter, do excelentíssimo álbum da banda,
Houses of the Holy. É pública e notória a influência das sonoridades do
Marrocos em todo o disco, tanto nas releituras de músicas antigas, quanto nas
quatro músicas inéditas. Vamos a elas!
Nobody´s Fault but Mine – O disco começa instigante.
Simplesmente uma grande releitura de uma música do Led não tão conhecida do
grande público. Ouvindo a original, nota-se que praticamente todo o arranjo foi
refeito, dando outro andamento para a música. Aqui entra o papel de Sir Jimmy
Page. Parece que não há uma delimitação entre seus braços e o violão,
permitindo-o uma interpretação única dos acordes e riff’s tocados nele. A
adição do banjo e sanfona ou viola de roda são a cereja do bolo. O blues de
Page misturado à essa salada de fruta instrumental, mostram como esse estilo se
adapta a tudo. Uma obra prima. Até hoje
não tenho palavras para descrever tal sonoridade. Ouçam, por favor!
Thank You – Grande clássico do Led. Não há muito que dizer
aqui, essa é uma versão sem adições extras. Posso elencar somente a competência
instrumental de Michael Lee, escalado para a difícil tarefa de substituir John
Bonham nas baquetas. Em poucos momentos sentimos a falta de Bonzo na função.
Grande instrumentista, pena que morreu em 2008. Não posso deixar de citar o
feeling de Mr. Page novamente no solo executado.
No Quarter – Faixa que dá nome ao disco. Outro clássico do
Led, do álbum Houses of the Holy. Novamente versão completamente repaginada,
desta vez, somente com voz e violão. Outra grande inversão de ritmo e melodia.
Destaque para a grande interpretação de Robert Plant, que, mesmo não possuindo
mais os agudos de outrora, segura a bronca e ainda faz melhor.
Friends – Grande momento do disco, talvez um dos mais
importantes. Mais uma do Led. É impossível, para mim, enumerar todos os
sentimentos que tenho ouvindo tal lampejo de genialidade. Mais uma miscelânea
instrumental, dessa vez completamente orquestrada. Perdoem-me os puristas, mas
devo admitir que esta para mim, é a melhor versão desta música. Provavelmente os fãs de Led, não voltem mais
ao blog.
Yallah – Finalmente uma música nova! Boa música, riff bem
trabalhado e boa interpretação de Robert Plant. Música crua, direta, sem muitos
virtuosismos musicais. Para quem conhece a fundo o trabalho do Led, esta música
lembra as inserções psicodélicas e microfonias, feitas nas interpretações das
músicas ao vivo, como Whole Lotta Love.
City Don't Cry – Outra inédita. Esta música mostra um pouco
da tradição musical do lugar. Utilizando instrumentos e cantores da região.
Talvez para os amantes do rock seja um pouco penoso ouvi-la, no entanto, foi
muito bem inserida no contexto musical do disco. Vale conferir e não pulá-la no
player.
Since I've Been Loving You – Na minha singela opinião, o
melhor blues já feito pelo Led Zeppelin. Intenso, melancólico e soberbo. Outro
ótimo casamento entre orquestra e rock. Reserve um tempo, só para ouvir o solo
de guitarra. Em aproximadamente 14 anos ouvindo rock, posso dizer, sem medo de
ser leviano, que este é o solo mais bonito e inquietante que já ouvi. Pelo amor
de deus, ouçam!
The Battle of Evermore – Outro momento que merece destaque. Novamente
uma releitura, no entanto, vale o destaque para a grande interpretação de Najma
Akhtar. De novo, ótima mistura de instrumentos da região e o Bandolim de Sir
Jimmy Page. Confiram e comparem com a original e tirem suas conclusões.
Wonderful One – Com certeza a melhor música dentre as
inéditas. Esta música relembra os grandes clássicos voz e violão do Led, como
Going to California. A sonoridade é reconfortante, e o tambor que bate ao
fundo, dá um toque indígena à música.
That’s the Way – Outra releitura, mas não menos importante.
Talvez a música com menos elementos novos! Muito boa, não poderia ter faltado
neste CD. É o aperitivo ideal do que está por vir.
Gallows Pole – Música que começa a dar as pinceladas finais
do álbum! Novamente os instrumentos da região dão o tempero ardido que esta
música precisava. Michael Lee de novo mostra que sabe descer a lenha na batera
e Robert Plant prova ao que veio.
Four Sticks – Uma de minhas músicas preferidas do Led e
deste álbum! Apesar de não ter guitarras, a música tem um peso e uma cadência
vibrante! Os violinos, novamente orquestrados, junto aos tambores da região,
tornam a música quase que ritualística. Um petardo! Quem, como eu, que gosta
desta música, deve ouvir esta versão!
Kashmir – Escrita por Plant enquanto atravessava o deserto
do Saara, esta é a música do álbum. Se você até aqui, escutou este CD, fazendo
outras coisas, pare! Pare agora! Está música é egoísta, tem que ser ouvida
sozinha, sem interferências! Preste atenção em cada detalhe! Se você não se
sentir inquieto quando ouvir o magnífico solo de violino desta obra prima,
provavelmente sua alma já saiu de seu corpo. Todos os elementos vistos durante
o disco aparecem aqui, andando lado a lado, se completando, se ajudando. Escute
pelo menos umas 500 vezes. Garanto que não irá se arrepender! Depois me conte
se ainda consegue ouvir a versão antiga sem se lembrar desta.
Para quem adquirir o DVD, ainda pode conferir as canções
What Is and What Should Never Be, When the Levee Breaks, The Rain Song e Black
Dog. Estas não irei opinar, assistam e deleitem-se. =)
Bom este post ficou imenso, se você chegou até aqui, deve
ter gostado de alguma coisa da resenha. Daqui para frente não pretendo fazê-los
tão extensos. Achei que este CD merecia destaque, por ter sido de tamanha
importância em minha vida. Ainda mais que me fez ouvir e ser fã incondicional
de Led Zeppelin.
Por hoje chega!
Grande abraço!
Por que parou de publicar, Leandro?? A resenha ficou ótima, interessante e gostosa de ler! Ouvi esse cd 2 vezes hoje, e ainda vou ouvir mais 498! Esse som é muito bom, e eles são feras demais! E você.. (nem sei se vai ler) precisa revitalizar esse blog! Um abraço.
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