Salve rockeiros de plantão... Quem vos escreve é um rockeiro convicto.
Meu nome é Alberto Costa, mas podem me chamar de Betão. Sou administrador de empresas, tenho pós em finanças e já trabalho há muito tempo em grandes corporações. Mas nas horas vagas, procuro dividir meu tempo entre minha família e um gosto pessoal que já me acompanha há muito tempo... A música... E mais especificamente o bom e velho rock n' roll.
Apesar de nunca ter tocado qualquer instrumento musical, meu gosto por música vem da infância. Sou o filho mais novo entre três irmãos. Nasci no ano de 1964 e meus irmãos já tinham 5 e 10 anos de idade respectivamente. E o que isto significa? Significa que, quando eles estavam em suas respectivas adolescências, aquele período onde ocorrem várias descobertas, inclusive as musicais, estava Eu, meio que sem querer, absorvendo um pouco de suas vivências. Principalmente as musicais.
Por exemplo, lembro-me de meu irmão mais velho tocando violão entre amigos, andando para cima e para baixo com um gravador portátil, ouvindo discos na vitrola. E o que ele ouvia? Ora, quando meu irmão mais velho tinha 15 anos (isto era em 1969), Beatles, Rolling Stones, Creedence e Bee Gees eram básicos. E aqui no Brasil a Jovem Guarda explodia com Roberto Carlos e tantos outros.
Outro exemplo foi meu irmão do meio, o qual viveu sua adolescência nos meados dos anos 1970. E o que ele tinha em seu baú musical? Uriah Heep, Black Sabbath, Yes, Bob Dylan, Fleetwood Mac, Pink Floyd, Lynyrd Skynyrd entre outros.
E seguindo esta linha de raciocínio, enquanto meus irmãos curtiam tudo isto, Eu ia crescendo ouvindo tudo por tabela. Ou seja, desde os meus 5 anos de idade Eu ouço rock n' roll.
Mas as boas influências não param por ai. Tinha também o velho Abel Costa, meu pai. Ele também contribuiu para que meu gosto musical fosse coroado pela sofisticação, pois a música clássica de Tchaikovsky, Beethoven e Chopin e mais o Jazz de Louis Armstrong entraram em cena de forma bem marcante. Ainda me lembro como se fosse hoje. Eu devia ter meus oito anos. Eu dormia cedo, como toda criança da minha idade. E numa noite, não sei bem que horas seriam, acordei e levantei-me ao ouvir um som vindo da sala. Era uma música maravilhosa, repleta de acordes de violinos e piano. Era uma música ao mesmo tempo suave e marcante. Não sei bem o que estava acontecendo, mas sei que depois daquele dia, passei a escutar Tchaikovsky frequentemente. Devo isto ao meu pai!
Mas voltando ao rock, como disse, meu irmão mais velho era detentor de um pequeno gravador portátil, o qual era um grande objeto de desejo para mim. Mas ele não largava aquela pequena máquina de som. Ou estava a escutar algo ou então a gravar algo. Ao passo que eram raras as vezes que eu podia mexer naquela "máquina dos sonhos". E sempre escondido. Mas quando conseguia... Ah! Era o máximo. E o que me lembro? Lembro de fitas cassete que tocavam músicas deliciosas... Elton John... Meu irmão tinha muito material do Elton John... Bee Gees ele também adorava.
Mas tinha uma música que era extremamente bela e me levava numa viagem alucinante toda vez que Eu a escutava. Esta música era tão enigmática que naquela época Eu a escutava e nem imaginava quem a performava. Só sei que Eu adorava tal canção. Somente muitos anos depois é que Eu descobri quem eram os Deuses Rockeiros que fizeram aquela obra prima. Isto deve ter ocorrido por volta de 1981, quando comprei o disco Demons And Wizards do Uriah Heep. Comprei o disco sem ouvir, pois já naquela época Eu amava Uriah Heep, pois já tinha em casa há muito tempo o disco Wonderworld, o qual era um dos que Eu mais ouvia. Pois bem... Me lembro quando fui ao "Jumbo-Eletro", na seção de discos, e lá estava Eu procurando alguma coisa nova. Eis que de repente aquela capa azulada com um desenho maravilhoso do Roger Dean, contendo um ser mágico caminhando por pedras e quedas d'agua. E quando li o nome da banda e vi que se tratava de Uriah Heep, não tive a menor dúvida de comprar aquela joia.
Não via a hora de chegar em casa para ouvir o disco. Era sempre assim. Ah! Como era legal entrar na sala da minha casa e ligar o nosso Gradiente STR-1050 (que tenho até hoje). Fazia aquele som característico dos aparelhos de sons potentes daquela época... "PBUM... MMMMMMMMMMMMM..."... Tirei o disco cuidadosamente do plástico e acondicionei-o com mais cuidado ainda no prato da "Garrard 630s". E qual não foi a minha surpresa??? Aquele som antigo e especial que eu ouvia escondido através daquele gravador do meu irmão. Aquele som abafado e repleto de chiados... Agora não mais... Era um som limpo e cristalino e Eu podia aumentar até o talo (até minha mãe entrar na sala e abaixar o volume) e curtir THE WIZARD como nunca tinha curtido antes... Sim... Eu, sem querer, tinha achado a música que eu tanto gostava e que nada sabia sobre ela, a não ser que era um som especial.
Nossa! Quantas histórias tenho para contar sobre a minha vida de rockeiro. Histórias simples, por certo. Histórias de um garoto comum que viveu sua adolescência na cidade de São Paulo, entre o final da década de 1970 e início dos anos 1980. Muitas destas histórias trarão boas lembranças para muitos, tenho certeza. Espero que muitos venham a se interessar pelas mesmas e que queiram compartilhar suas vivências também.
Mas nesta postagem inicial vou parar por aqui. Neste momento, quero apenas agradecer ao meu Amigo e parceiro do rock e também sobrinho, Leandro Cenati, por ter criado este espaço e ter me dado a oportunidade de ser um colaborador. Quero agradecer a ele também pela dedicatória que fez a mim em sua postagem inicial. Quero que ele saiba que para mim foi um prazer muito grande ter sido um dos responsáveis por ele ter se apaixonado e ter aprofundado seu gosto musical pelo rock.
Finalmente, acredito que os rockeiros já nascem rockeiros. Às vezes não sabem disso, mas em algum momento de suas vidas se dão conta deste fato. Foi o que aconteceu com o Leandro Cenati. E foi o que aconteceu comigo. Mas isto eu deixo para contar depois.
Long live rock n' roll...
Alberto Costa... O Betão...
Alberto Costa... O Betão...
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